Quem é Marina Lacerda e o que se sabe sobre o caso Epstein

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

A brasileira Marina Lacerda, de 37 anos, revelou nesta quarta-feira, 3, que foi vítima do empresário americano Jeffrey Epstein. Segundo ela, os abusos começaram em 2002, quando tinha apenas 14 anos, em Nova York.

Marina participou de uma coletiva de imprensa com outras mulheres. Durante o evento, pediu que o Congresso dos Estados Unidos aprove uma lei para liberar documentos sigilosos da investigação. Para ela, o acesso às informações pode ajudar vítimas a compreender o que viveram e lidar com os traumas.

Na acusação formal de 2019, Marina foi identificada como “Vítima menor 1”. Suas informações foram fundamentais para a prisão de Epstein, segundo a imprensa americana. Ela contou que conheceu o empresário por meio de uma amiga, que lhe ofereceu um trabalho pagando 300 dólares por uma massagem. O que parecia uma oportunidade se transformou em um pesadelo que durou três anos.

Em 2002, Marina dividia um quarto no Queens com a mãe e a irmã. Para sustentar a família, trabalhava em três empregos. Nesse período, passou a frequentar a casa de Epstein e abandonou o ensino médio, acreditando que isso poderia lhe dar melhores oportunidades no futuro. Aos 16 anos, o empresário começou a perder interesse e disse que ela estava “velha demais”.

Em 2008, Marina foi procurada pelo FBI, mas seu depoimento não foi usado. Epstein havia assinado um acordo judicial que o blindava. Apenas em 2019, com a reabertura da investigação, Marina prestou um novo depoimento. Ela afirma que documentos sob sigilo podem esclarecer pontos importantes e auxiliar vítimas no processo de cura.

A coletiva foi organizada pelos deputados Thomas Massie, republicano, e Ro Khanna, democrata.

Apesar de partidos opostos, ambos defendem a aprovação de uma lei para liberar todos os arquivos do caso, incluindo documentos que estão com o FBI e o Departamento de Justiça.

Jeffrey Epstein, condenado por tráfico sexual, tinha relações com empresários, artistas e políticos influentes, entre eles o ex-presidente Donald Trump. Documentos revelaram encontros e voos compartilhados entre os dois nos anos 1990. Trump, porém, nega qualquer envolvimento com os crimes e afirma que rompeu com Epstein em 2004.

Epstein foi preso em 2019 e morreu na cadeia poucos dias depois. As autoridades registraram a morte como suicídio, mas o caso segue cercado de teorias e pedidos por mais transparência.