Pressão sobre Lula aumenta com retirada de convite da Venezuela a observadores da UE

A decisão de Nicolás Maduro de retirar o convite aos observadores da União Europeia para as eleições presidenciais venezuelanas, agendadas para 28 de julho, intensificou a pressão sobre o presidente Lula (PT). Como aliado histórico do chavismo, Lula enfrenta críticas por sua postura em relação a Maduro, apesar de críticas esporádicas ao regime nos últimos meses.

A diplomacia brasileira tem tentado persuadir Caracas a reconvidar a UE para a missão de observação, crucial para o apoio internacional ao processo eleitoral venezuelano. O cancelamento do convite foi justificado por Elvis Amoroso, presidente do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, citando as sanções europeias contra chavistas como motivo.

Edmundo González, candidato de oposição enfrentando Maduro, destacou a necessidade de Lula insistir com Maduro para aceitar observadores internacionais, conforme acordos anteriores. O Brasil vê o envolvimento da UE como vital para garantir eleições competitivas, conforme estipulado no Acordo de Barbados.

Após tentativas infrutíferas, Lula elevou o tom ao contatar Maduro diretamente, enfatizando a importância de um monitoramento externo abrangente. O Brasil argumenta que o diálogo entre chavistas e oposição, juntamente com eleições democráticas, são essenciais para a eventual remoção das sanções contra a Venezuela.

A relação entre Brasília e Caracas tem sido tensa desde disputas anteriores envolvendo a exclusão de opositores do processo eleitoral. O governo brasileiro manifesta preocupações com a possibilidade de instabilidade prolongada caso o resultado das eleições seja contestado.

O Brasil também mantém diálogo com a Colômbia para coordenar ações pós-eleitorais e garantir um processo transparente em Caracas. A posse presidencial em janeiro de 2025 é vista como um ponto crítico que poderia desencadear conflitos internos se não houver um consenso claro sobre o resultado das urnas.

A pressão sobre Lula para interceder na crise eleitoral venezuelana reflete não apenas o papel do Brasil como potência regional, mas também sua influência política e econômica na América Latina.