Prefeitura de São Paulo avalia custo de R$ 1,9 bilhão para remoção de famílias no Jardim Pantanal

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

Estudo da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras aponta alternativas para mitigar enchentes na região. Gestão Ricardo Nunes considera diferentes cenários.

A Prefeitura de São Paulo analisa a viabilidade da remoção de famílias do Jardim Pantanal, na Zona Leste da capital, como solução para os recorrentes alagamentos na região. Um estudo preliminar da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) estima que o custo dessa operação, incluindo indenizações e habitação popular, pode chegar a R$ 1,9 bilhão.

Esse valor supera o orçamento previsto para obras de infraestrutura que poderiam amenizar o impacto das enchentes. Segundo cálculos da secretaria, intervenções para controle das inundações custariam entre R$ 1 bilhão e R$ 1,3 bilhão.

O prefeito Ricardo Nunes já declarou que considera a remoção das famílias como a solução mais viável. O estudo indica que aproximadamente 9.134 famílias, somando mais de 36 mil pessoas, vivem em áreas vulneráveis a enchentes e precisariam ser reassentadas.

A estimativa da prefeitura leva em conta o Censo de 2022 do IBGE. O custo médio por família está avaliado em R$ 210 mil, incluindo indenizações que podem variar entre R$ 20 mil e R$ 50 mil, além de investimentos na construção de novas moradias.

A proposta prevê que, após a retirada dos moradores, a área seja transformada em um parque linear alagável, evitando futuras ocupações.

Alternativas estudadas pela prefeitura

Além da remoção das famílias, a administração municipal avalia outras medidas para enfrentar o problema das enchentes no Jardim Pantanal.

Uma das propostas prevê obras de macrodrenagem, como a construção de diques e reservatórios para contenção da água. Essas intervenções teriam um custo estimado de R$ 1 bilhão e envolveriam a remoção de cerca de 484 famílias.

Outra alternativa envolve um esforço conjunto entre a prefeitura de São Paulo e o município de Guarulhos, com a implementação de um canal de transbordo e diques de proteção ao longo do rio Tietê. Essa opção custaria aproximadamente R$ 1,3 bilhão, mas depende da colaboração entre os governos estadual e municipal.

O estudo também aponta que, caso a remoção seja ampliada para outras áreas vulneráveis do bairro, o custo da operação poderia aumentar em mais R$ 1,68 bilhão. De acordo com estimativas da Sabesp e do Instituto Alana, essa medida impactaria cerca de 56 mil famílias adicionais.

Decisão final cabe ao prefeito

Os cenários apresentados ainda estão em fase de análise, mas Ricardo Nunes já sinalizou que a retirada das famílias deve prevalecer como a solução adotada pela prefeitura. Em entrevista, ele afirmou que estuda a possibilidade de oferecer um auxílio financeiro entre R$ 20 mil e R$ 50 mil para incentivar os moradores a deixarem o local.

Segundo o prefeito, os alagamentos no Jardim Pantanal são um problema recorrente há mais de 30 anos e não há solução definitiva sem a remoção das famílias que vivem na várzea do rio Tietê. Ele também destacou que a construção de um dique para conter as enchentes seria inviável financeiramente e pouco eficaz diante das forças da natureza.

A decisão final será tomada após a conclusão dos estudos da Siurb, que ainda estão em andamento.