A análise da posição dos corpos das vítimas do acidente aéreo ocorrido em Vinhedo, São Paulo, sugere que os passageiros podem ter sido alertados sobre a iminente queda. De acordo com Maurício Freire, diretor do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD), muitos corpos foram encontrados na posição de segurança conhecida como “brace”, com a cabeça entre os joelhos e abraçando as pernas. Essa postura é recomendada em situações de pouso forçado para minimizar os impactos.
Freire destacou essa peculiaridade em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 15, mencionando que a maioria dos corpos estava nessa posição, diferente do que foi observado em outros acidentes aéreos, como o da TAM, onde as vítimas foram encontradas em posições normais de voo. A hipótese é que os passageiros tenham sido avisados pela tripulação sobre a emergência, o que permitiu que assumissem a posição de segurança.
Identificação rápida e efetiva das vítimas
Todos os 62 mortos no acidente foram identificados pela força-tarefa que atuou no Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo. A identificação foi concluída na noite de quarta-feira, 14, majoritariamente por meio de impressões digitais, mas também utilizando outros métodos, como exames odontológicos, radiografias e reconhecimento de tatuagens.
O processo de identificação contou com a colaboração de oito estados brasileiros, que enviaram planilhas civis de parte das vítimas para a equipe de São Paulo. Dos mortos, 40 foram identificados exclusivamente por impressões digitais, sete por digitais combinadas com outras características físicas, e 15 por características físicas.
Até o momento, 41 corpos já foram liberados para as famílias, incluindo os restos mortais de um cão que estava no voo. Os destroços da aeronave estão sendo armazenados pela empresa Voepass em Ribeirão Preto, aguardando a conclusão das indenizações às famílias das vítimas.