A população mundial de tubarões e arraias sofreu uma redução de 64,8% desde 1970, segundo estudo publicado na revista Science. Espécies desses animais, incluindo as quimeras, enfrentam crescente pressão devido à sobrepesca, impulsionada pela demanda por carne, barbatanas e óleo de fígado. Atualmente, um terço dessas espécies encontra-se em risco de extinção.
Impactos no equilíbrio marinho
Tubarões, como predadores no topo da cadeia alimentar, desempenham papel crucial nos ecossistemas marinhos. Sua diminuição afeta diretamente o equilíbrio das redes alimentares. Além disso, espécies de arraias contribuem para a saúde dos ecossistemas ao revirar sedimentos, ajudando na oxigenação do solo marinho e promovendo o armazenamento de carbono.
“Os tubarões são predadores. Se sua população diminui, isso altera toda a cadeia alimentar e essas mudanças alteram profundamente o funcionamento dos oceanos”, disse à AFP Nathan Pacoureau, coautor do estudo e pesquisador de pós-doutorado no Iuem (Instituto Universitário Europeu do Mar) de Brest, no oeste da França
Apesar do cenário alarmante, o estudo identificou “zonas de esperança” onde as populações dessas espécies estão mais bem preservadas, como Austrália, Canadá, Nova Zelândia e algumas regiões da Europa e da África do Sul.
Colin Simpfendorfer, da Universidade James Cook, destacou que reduzir a pressão da pesca, melhorar a governança em áreas de pesca e eliminar subsídios prejudiciais são passos essenciais para evitar a extinção de espécies.
O estudo, parte do Global Shark Trends Project, reforça a necessidade de ações globais para preservar a biodiversidade marinha e manter o equilíbrio dos ecossistemas oceânicos.