Polícia lacra bombas de combustíveis em postos ligados a empresários suspeitos de envolvimento com o PCC

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

de combustíveis suspeitos de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Durante a operação, bombas foram lacradas em unidades da Baixada Santista e de Araraquara.

Foram vistoriados seis postos: três em Praia Grande, dois em Santos e um em Araraquara. De acordo com os investigadores, todos pertencem a empresários já citados na Operação Carbono Oculto. Essa investigação revelou o envolvimento do PCC em diferentes etapas da revenda de combustíveis no país.

A operação contou com o apoio da Agência Nacional do Petróleo (ANP), do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e da Secretaria da Fazenda.

Fraudes e adulterações

O delegado Tiago Fernando Correia, responsável pela ação, afirmou que o foco é identificar fraudes e sócios ocultos. “Estamos apurando sonegação, adulteração e vínculos empresariais suspeitos”, explicou.

Durante as fiscalizações, as equipes encontraram combustível adulterado e fraude volumétrica — quando a bomba libera menos do que o mostrado no visor. Em alguns locais, apenas certos bicos foram interditados, permitindo que parte das operações seguisse normalmente.

Em Praia Grande, o Auto Posto Quasar LTDA teve bombas lacradas por conter 90% de etanol misturado. Já o Auto Posto Platinum apresentou falhas no medidor de volume. O Auto Posto Panamera, por outro lado, passou sem irregularidades.

Em Santos, o Auto Posto Novo Milênio teve uma bomba lacrada e uma máquina de cartão apreendida por uso de CNPJ incompatível. No Auto Posto Super Senna, as equipes encontraram falhas administrativas.

Em Araraquara, o posto foi autuado por usar uma bandeira comercial indevida. Além disso, computadores e documentos financeiros foram apreendidos.

Ligação com o crime organizado

Os postos pertencem a empresários investigados por ligação com Mohamad Hussein Mourad. Ele é apontado como o principal operador financeiro do PCC no setor de combustíveis e está foragido. A polícia acredita que Mourad usava parentes e sócios para controlar dezenas de empresas.

Entre os investigados estão Pedro Furtado Gouveia e Luiz Ernesto Franco Monegatto, também citados na Operação Carbono Oculto. Documentos apreendidos indicam que suas empresas realizavam transações suspeitas entre si e com postos de fachada.

Durante as apurações, um comprovante de pagamento de um posto em Praia Grande foi emitido em nome de outro em Araraquara. Para os investigadores, isso confirma a interligação entre os negócios. Há indícios de que o grupo controle mais de cem postos registrados em nomes de terceiros.

Desdobramento da Operação Carbono Oculto

Deflagrada em agosto, a Operação Carbono Oculto é considerada a maior ofensiva contra o PCC. Foram mobilizados 1,4 mil agentes em quatro estados. Segundo as autoridades, o grupo movimentou cerca de R$ 7,6 bilhões em fraudes fiscais e lavagem de dinheiro.

Um levantamento do g1 revelou que, ao menos, 15 investigados são sócios em 251 postos no país. Desses, 33 ficam na Baixada Santista. Nenhuma grande distribuidora — como Ipiranga, BR ou Rodoil — foi alvo direto.

A Operação Octanagem é um desdobramento desse caso. Ela foca no setor varejista, considerado essencial para sustentar o esquema de lavagem de dinheiro do PCC.