A Polícia Federal concluiu nesta quinta-feira, 21, o inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado em 2022, envolvendo 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Os crimes investigados incluem abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa. Entre os indiciados estão ex-ministros do governo Bolsonaro e membros de sua equipe.
Crimes investigados e penas
Os indiciados responderão pelos seguintes crimes, com penas previstas:
- Golpe de Estado: 4 a 12 anos de prisão
- Abolição violenta do Estado democrático de direito: 4 a 8 anos de prisão
- Organização criminosa: 3 a 8 anos de prisão
Principais envolvidos além de Bolsonaro
Além de Jair Bolsonaro, o inquérito aponta como responsáveis:
- Walter Braga Netto: general da reserva e ex-candidato a vice-presidente
- Augusto Heleno: ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
- Alexandre Ramagem: ex-diretor da Abin
- Valdemar da Costa Neto: presidente do Partido Liberal
Outros nomes incluem militares de alta patente, ex-ministros e aliados próximos ao ex-presidente.
Estrutura golpista
A investigação identificou uma organização criminosa que operava com divisão de tarefas, estruturada em seis núcleos:
- Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral
- Núcleo de Incitação de Militares ao Golpe de Estado
- Núcleo Jurídico
- Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas
- Núcleo de Inteligência Paralela
- Núcleo de Medidas Coercitivas
Esses grupos atuaram de forma coordenada para tentar manter Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral em 2022.
Próximos passos
O relatório final, com mais de 800 páginas, foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidirá se apresenta denúncia contra os indiciados. Caso o STF aceite a denúncia, os envolvidos se tornarão réus e poderão ser julgados.
Além deste inquérito, o ex-presidente já foi indiciado por outros casos neste ano, incluindo o das joias sauditas e da fraude no cartão de vacinas.
O encerramento da investigação pela Polícia Federal marca um importante avanço no esclarecimento de tentativas de abalar o sistema democrático brasileiro, reforçando o compromisso com a justiça e a estabilidade institucional.