A profissão de piloto de navio, também conhecida como oficial de náutica, oferece uma rotina peculiar e benefícios atrativos. Trabalhando 28 dias embarcados e descansando outros 28 em terra, profissionais da marinha mercante têm uma vida dividida entre o alto-mar e momentos com a família. Além disso, a carreira é marcada por salários competitivos e progressão promissora.
A rotina de Karine Granato
Karine Granato, de 26 anos, exemplifica essa vida única. Após abandonar o curso de engenharia de telecomunicações, ela ingressou na Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM) e se tornou pilota de navio. Hoje, Karine trabalha no setor offshore, apoiando plataformas de petróleo e gás no Rio de Janeiro e em Santos, São Paulo.
Sua rotina inclui pilotar o navio, cuidar do sistema de segurança, verificar certificações e gerenciar equipamentos de salvatagem. Apesar dos desafios, ela afirma que os períodos de descanso compensam o tempo em alto-mar, permitindo que mantenha vínculos com familiares e amigos.
“A gente faz de tudo para se conectar. Não é um mar de rosas, mas vale a pena. Você abre mão de algumas coisas e ganha outras,” relata Karine, que passou o último Natal e Ano Novo com a tripulação.
Salários e benefícios atrativos
O salário médio de admissão para oficiais de quarto de navegação, função inicial na hierarquia, foi de R$ 8.197 em 2024, segundo o Ministério do Trabalho. Contudo, na indústria de petróleo e gás, os ganhos podem variar entre R$ 15 mil e R$ 20 mil, segundo Carlos Müller, presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar).
Além dos salários, a carreira oferece benefícios como plano de saúde, previdência privada e políticas de progressão interna. Esses atrativos tornam a profissão uma escolha interessante para quem busca estabilidade e desafios.
A EFOMM oferece cursos de náutica e máquinas, formando profissionais para diferentes funções a bordo. Os oficiais de náutica, como Karine, pilotam navios e operam equipamentos de navegação e comunicação. Já os oficiais de máquinas cuidam da manutenção dos sistemas mecânicos.
A progressão na hierarquia depende de tempo de embarque e cursos de aperfeiçoamento. Os postos incluem:
- Oficial de quarto de navegação
- Imediato
- Comandante (capitão de longo curso)
Desafios e mudanças de carreira
Embora recompensadora, a carreira na marinha mercante exige resiliência e adaptação à vida no mar. Para Karine, a mudança de engenharia para oficial de náutica foi desafiadora, mas recompensadora. A profissão, ainda pouco conhecida, abre portas para quem busca uma vida profissional diferenciada, com oportunidades de crescimento e uma rotina única.
Artigo inspirado em matéria de BBC News