A economia da China apresentou crescimento de 4,6% no terceiro trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior, superando ligeiramente as expectativas de analistas, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira, 18. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi impulsionado por medidas de estímulo adotadas pelo governo desde o final de setembro, com o objetivo de revitalizar a economia e garantir que a meta de crescimento anual de 5% seja atingida.
Os analistas consultados pela Reuters esperavam um crescimento de 4,5% no terceiro trimestre, em desaceleração em relação aos 4,7% registrados no trimestre anterior. Em termos trimestrais, o PIB cresceu 0,9%, levemente abaixo da expectativa de 1,0%, mas acima do resultado revisado de 0,5% do segundo trimestre.
Desafios no setor imobiliário e consumo fraco
Apesar do crescimento acima do esperado, a economia da China continua enfrentando desafios significativos, especialmente no setor imobiliário, que está em crise há meses. O consumo interno também segue fraco, mantendo a pressão sobre o governo para adotar novas medidas de estímulo. Enquanto a produção industrial tem superado o consumo, os riscos de deflação têm aumentado, devido ao endividamento crescente dos governos locais e à queda nas exportações.
Dados adicionais, incluindo a produção industrial e as vendas no varejo de setembro, também superaram as expectativas, trazendo sinais encorajadores. No entanto, o setor imobiliário permanece em declínio acentuado, e o mercado segue aguardando mais detalhes sobre um novo pacote de estímulo fiscal.
Perspectivas da China para 2024 e 2025
Uma pesquisa da Reuters indicou que a economia da China deve crescer 4,8% em 2024, abaixo da meta de Pequim, e o crescimento pode esfriar ainda mais para 4,5% em 2025. O governo chinês, que tradicionalmente se apoia em investimentos em infraestrutura e manufatura para impulsionar o crescimento, prometeu mudar o foco para estimular o consumo, mas ainda não anunciou detalhes concretos sobre o pacote de estímulo fiscal planejado.
Medidas recentes para revitalizar a economia
No final de setembro, o banco central da China adotou medidas monetárias agressivas, como cortes nas taxas de juros e uma injeção de liquidez de 1 trilhão de yuan, para apoiar o setor imobiliário e os mercados acionários. Além disso, o governo chinês está considerando emitir até 6 trilhões de yuan (aproximadamente 842,6 bilhões de dólares) em bônus especiais do tesouro ao longo de três anos para fortalecer a economia por meio de estímulos fiscais expandidos.
Apesar das dificuldades, o governo chinês continua a prometer medidas significativas para impulsionar o crescimento, mas os investidores seguem cautelosos, aguardando detalhes sobre o tamanho e a implementação dos pacotes de estímulo.