A Polícia Federal prendeu novamente Jobson Antunes Ferreira, conhecido como o “rei dos empréstimos”. Aos 63 anos, o ex-oficial da Marinha Mercante construiu um império de fraudes com 334 empresas que só existiam no papel. Segundo a PF, ele movimentou mais de R$ 2 bilhões em operações fraudulentas.
Jobson não atuava sozinho. Ele contava com a ajuda da esposa, Cláudia Márcia, também especialista em identidades falsas. Para parecer legítimo, o casal usava documentos de moradores de rua, que eram transformados em “sócios” das empresas fantasmas. Em troca, recebiam dinheiro, comida, bebidas e até dentaduras.
De acordo com as investigações, Jobson subornava gerentes de bancos públicos e privados para conseguir empréstimos. Os primeiros pagamentos eram feitos, dando a impressão de normalidade. Depois de alguns meses, as parcelas eram interrompidas e as empresas “quebravam”.
Os golpes se repetiam há mais de 25 anos. Em apenas um endereço no Rio de Janeiro, a polícia encontrou 30 mercearias registradas, todas falsas. Em outro, havia 13 empresas diferentes no mesmo local. Para enganar, até vales-refeição eram emitidos em nome de funcionários inexistentes.
Além do esquema milionário, Jobson chegou a oferecer dinheiro a um delegado da Polícia Federal para escapar da prisão. “Você está preso por corrupção ativa”, respondeu o policial, após ouvir a proposta.
Mesmo quando foi detido em 2024, ele manteve o esquema de dentro da cadeia. Em novembro, deixou a prisão com tornozeleira eletrônica e voltou a aplicar golpes. Na última quinta-feira, 21, ele e a esposa foram presos em um condomínio de luxo em Niterói, comprado com recursos ilícitos.
Jobson e Cláudia vão responder por estelionato qualificado, lavagem de dinheiro, organização criminosa e financiamento fraudulento. A defesa nega os crimes e diz que vai provar a inocência do casal no processo.