PF alerta para suspensão da emissão de passaportes em novembro por falta de verba

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

A Polícia Federal voltou a alertar o governo sobre o risco de interrupção na emissão de passaportes, caso não receba um reforço orçamentário de R$ 97,5 milhões. O aviso foi enviado nesta semana ao Ministério da Justiça, que encaminhou o pedido à equipe econômica.

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou no documento que o problema é conhecido desde abril. Segundo ele, sem o aporte, o serviço será paralisado a partir de 3 de novembro.

Atualmente, o orçamento de R$ 329,4 milhões destinado ao “Sistema de Emissão de Passaportes e de Controle de Tráfego” está 95% comprometido. Restam poucos recursos para manter o sistema funcionando até o fim do mês.

Verba seria usada para custear serviços essenciais

A quantia adicional seria destinada à Casa da Moeda, responsável pela confecção e personalização dos passaportes. Também cobriria custos com a manutenção dos sistemas de dados de brasileiros e estrangeiros.

O Ministério da Justiça, chefiado por Ricardo Lewandowski, confirmou o alerta e afirmou estar em “diálogo permanente” com o Ministério do Planejamento e a equipe econômica. Segundo a pasta, o objetivo é evitar prejuízos aos cidadãos e à imagem do governo federal.

Situação repete impasse de 2022

O problema reacende uma crise recente. Em 2022, o serviço foi suspenso por mais de um mês após cortes orçamentários durante o governo Jair Bolsonaro. Na época, a paralisação gerou forte repercussão e pressão política.

Desta vez, a PF pede um reforço total de R$ 421,6 milhões para recompor o orçamento. Além dos R$ 97,5 milhões para emissão de passaportes, o valor inclui:

  • R$ 21,4 milhões para conclusão de obras;
  • R$ 60,4 milhões para despesas com concursos públicos;
  • R$ 87,9 milhões para atender decisão do STF sobre proteção de povos indígenas e combate a crimes ambientais;
  • R$ 154,3 milhões para incorporar duas aeronaves à frota.

O pedido está sob análise da Junta de Execução Orçamentária (JEO), que reúne representantes da área econômica e da Casa Civil. Em setembro, o colegiado já havia negado uma solicitação semelhante.

No novo documento, Rodrigues foi enfático: se o repasse não for aprovado, “não haverá outra alternativa a não ser a paralisação do serviço de emissão de passaportes”.