Petroleiros fazem paralisação e cobram respeito a acordos, PLR e modelo de teletrabalho

Os funcionários da Petrobras realizaram nesta quarta-feira (26) uma paralisação nacional de 24 horas. A mobilização foi organizada por entidades sindicais que alegam falta de diálogo com a presidência da empresa. Segundo os trabalhadores, decisões importantes estão sendo tomadas sem consulta ou negociação.

De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), a atual gestão da companhia adota uma postura autoritária. As federações afirmam que propostas estão sendo enviadas diretamente aos funcionários, o que enfraquece a representação sindical. Como resultado, a categoria decidiu suspender as atividades temporariamente.

Entre as principais queixas está o retorno obrigatório ao trabalho presencial. Os sindicatos defendem a manutenção do modelo remoto, além da reabertura das discussões sobre o tema. Também exigem o pagamento integral da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), nos valores que já haviam sido divulgados pela empresa.

Além disso, os trabalhadores pedem o fim dos planos de equacionamento da Petros, o fundo de pensão da categoria. Eles também reivindicam a criação de um plano de carreira mais justo, com regras claras de promoção e salários compatíveis. Outro ponto levantado é a falta de segurança no ambiente de trabalho, que precisa ser corrigida com urgência.

Em nota, a Petrobras afirmou que a produção não foi afetada pela paralisação. A empresa disse ainda que respeita o direito de manifestação e que mantém conversas com os sindicatos. Segundo a estatal, o modelo híbrido será ajustado a partir de abril, passando para três dias presenciais por semana.

Além disso, a Petrobras anunciou que contratou mais de 1.900 novos empregados em 2024. Outros 1.780 devem ser chamados em 2025, conforme previsto em concurso público. A companhia também afirmou que cumprirá o acordo de PLR para o biênio 2024/2025.

Por outro lado, os sindicatos denunciam que a empresa pretende reduzir o valor da PLR em 31%, mesmo com os lucros sendo distribuídos generosamente aos acionistas. Para eles, isso demonstra falta de equilíbrio e respeito aos trabalhadores. Segundo as federações, a greve é um recado claro: a categoria exige valorização, segurança e participação nas decisões.

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