A Favela do Moinho, em São Paulo, foi usada como quartel-general do Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo o Ministério Público, a facção controlava o tráfico de drogas, lavava dinheiro e extorquia moradores. As cobranças chegavam a R$ 100 mil por família. Nesta segunda-feira, 8, uma operação do Gaeco e da Polícia Militar prendeu nove suspeitos ligados ao esquema.
Operação revela rede criminosa e disputa por território
As investigações apontam Leonardo Monteiro Moja, o Leo do Moinho, como chefe da estrutura. Preso desde agosto de 2024, ele e a família Moja organizaram a atuação da facção no Centro da capital. A favela se tornou ponto estratégico de abastecimento da Cracolândia.
A operação cumpriu dez mandados de prisão preventiva e 21 de busca e apreensão. Além do tráfico, os criminosos exigiam propina de famílias que participavam do programa habitacional. Quem não pagava era impedido de concluir o processo de reassentamento.
O grupo também usava a favela para armazenar drogas e armas. Torres funcionavam como depósitos, telhados serviam de observatórios e carroceiros transportavam entorpecentes escondidos em sacolas de reciclagem. Hotéis e ferros-velhos no Centro ajudavam na lavagem de dinheiro e na exploração sexual. Documentos e valores apreendidos reforçam a ligação direta de Leo do Moinho com o esquema.
Enquanto a polícia tenta desarticular a rede criminosa, o governo estadual mantém o plano de reassentamento. Desde abril, mais de 500 famílias foram transferidas com apoio da CDHU. O projeto prevê a transformação da área em parque público, em parceria com o governo federal, como parte da reurbanização do Centro.