Participante do movimento Legendários morre após passar mal durante trilha em Mato Grosso

Rodrigo Nunes de Oliveira, de 40 anos, sofreu uma crise convulsiva durante uma atividade do grupo cristão Legendários, realizada em Rondonópolis (MT), no sábado, 28. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. O evento reunia cerca de 150 homens em uma trilha imersiva na natureza.

Imersão cristã termina em tragédia

De acordo com o Hospital Regional do município, Rodrigo chegou à unidade de saúde logo após a crise convulsiva. Ele foi intubado ainda com vida, mas não resistiu. Até a última atualização desta reportagem, a causa da convulsão não havia sido divulgada.

O evento fazia parte de uma atividade chamada TOP (Track Outdoor de Potencial), uma imersão de 72 horas proposta pelo movimento Legendários. A experiência ocorre em ambientes naturais e envolve desafios físicos e emocionais. Segundo o próprio grupo, os encontros são voltados à transformação de homens por meio de princípios cristãos. Os valores para participar variam de R$ 450 a R$ 81 mil, dependendo da estrutura do local.

Embora o movimento tenha se tornado cada vez mais popular no Brasil, principalmente entre grupos religiosos e conservadores, ainda há poucas informações públicas sobre a metodologia usada. A organização não se manifestou oficialmente sobre a morte.

Rodrigo era casado, pai de dois filhos e trabalhava na área de segurança do trabalho. Em seu perfil nas redes sociais, se identificava como cristão metodista. O corpo foi sepultado no cemitério da Vila Aurora, em Rondonópolis.

Fundado em 2015 na Guatemala pelo pastor Chepe Putzu, o Legendários se apresenta como um movimento voltado à restauração do papel original do homem. Para os organizadores, essa missão se resume na sigla “AHU”, que significa Amor, Honra e Unidade. A proposta, de acordo com Putzu, é formar líderes que sirvam à família e à sociedade com responsabilidade e sensibilidade espiritual.

Apesar disso, casos como o de Rodrigo colocam em pauta a segurança dos participantes durante as atividades de imersão. Além disso, levantam dúvidas sobre a preparação médica e logística oferecida em eventos realizados em locais remotos e desafiadores.