Paranaense morre em combate na Ucrânia, após dois anos lutando como voluntário

Murilo Lopes Santos, um jovem paranaense de 26 anos, natural de Castro, nos Campos Gerais, morreu em combate na cidade de Zaporizhzhia, Ucrânia, conforme confirmado por seus familiares. O jovem havia se alistado voluntariamente e chegou à Ucrânia em novembro de 2022 para lutar ao lado das forças ucranianas contra a invasão russa.

Em entrevista ao g1, a mãe de Murilo, Rosângela Pavin Santos, relatou que o filho se alistou motivado pelo desejo de defender a Ucrânia.

“Ele falava: ‘É muito covarde o que fizeram com a Ucrânia e eu quero defender’. E aquilo ficou na cabeça, no coração dele. Era o ideal que ele tinha”, disse Rosângela.

A guerra, que começou em 24 de fevereiro de 2022 com a invasão russa, segue sem previsão de término. A mãe de Murilo sempre foi contra a decisão do filho, mas não conseguiu impedir sua ida, pois estava determinado a seguir seus princípios. A morte de Murilo foi confirmada na manhã de sexta-feira, 5.

O caminho de Murilo até a Ucrânia

Murilo, que serviu o Exército em Castro por um ano e meio, sempre teve o sonho de seguir carreira militar. Após deixar o Exército, ele continuou se aprimorando, aprendendo novas línguas e realizando cursos online. Murilo organizou sua viagem sozinho, desembarcando em Cracóvia, Polônia, e depois seguindo para a Ucrânia, onde passou um mês na cidade de Ternopil antes de seguir para o front.

Murilo relatava à mãe que não queria mais voltar ao Brasil, escolhendo a Ucrânia como seu novo lar. O jovem mantinha contato esporádico com a família por meio de mensagens, que foram se tornando cada vez mais raras com o tempo.

Rosângela contou que Murilo não foi para a Ucrânia por dinheiro, mas por convicção. Ele investia o que ganhava em equipamentos melhores, como capacetes, mesmo recebendo suporte do governo ucraniano.

Notícia da morte e a busca por repatriação

O último contato de Rosângela com Murilo foi na terça-feira, 2, antes dele partir para uma nova missão. A notícia da morte de Murilo chegou na sexta-feira, por volta das 11 horas, por meio de um colega de combate que enviou uma mensagem nas redes sociais.

Ninguém da Ucrânia ou de embaixadas fez contato com a família até o momento. A família conta apenas com o apoio de outro brasileiro, natural do Rio Grande do Sul, que também luta no conflito.

Agora, a família enfrenta a angústia de tentar repatriar o corpo de Murilo para o Brasil.

“O que está sendo bem difícil é essa espera, porque a gente não sabe quanto tempo vai levar, quantos dias… Então, a gente fica de mãos atadas, sem poder fazer nada. Tô me sentindo muito impotente, a gente está bem perdido”, lamenta Rosângela.