O mineiro Claudiney Batista, de 45 anos, fez história ao conquistar seu tricampeonato no lançamento do disco F56 nas Paralimpíadas de Paris. Com uma marca impressionante de 46,86 metros, ele quebrou seu próprio recorde da competição e garantiu o ouro no Stade de France. Em uma série de lançamentos notáveis, Claudiney superou a marca de 45,59 metros do recorde anterior e se destacou no quinto lançamento ao alcançar 46,86 metros. O indiano Yogesh Kathuniya ficou com a prata com 42,22 metros, e o grego Konstantinos Tzounis completou o pódio com 41,32 metros.
Emocionado, Claudiney expressou seu orgulho: “Eu estava muito focado. Treinei bastante na aclimatação em Troyes. Antes de ontem tive um leve desconforto na coluna, mas busquei o recorde mundial, que é meu. Veio o paralímpico, que já é sensacional. É um mix de emoções. Penso na família que tá torcendo e no Brasil todo. É para eles esse tri.”
Claudiney, que sofreu um acidente de moto em 2005 que resultou na amputação de sua perna esquerda, encontrou no atletismo uma nova paixão. Ele já havia conquistado o ouro no lançamento do disco em Londres 2012, Rio 2016, e Tóquio 2020, além de ser tricampeão mundial da modalidade.
Beth Gomes bate recorde mundial e conquista a prata
Beth Gomes, porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura, também teve uma performance notável nas Paralimpíadas, conquistando a prata no arremesso do peso F54. A paulista de 59 anos quebrou o recorde mundial da classe F53 com um arremesso de 7,82 metros, apesar de competir em uma categoria com menor comprometimento físico-motor. A medalha de ouro foi para a mexicana Gloria Zarza Guadarrama, com 8,06 metros, e a uzbeque Nurkhon Kurbanova ficou com a bronze, com 7,75 metros.
“Essa prata vem com gosto de ouro em uma prova acima da minha classe, fui lá buscar a medalha com recorde mundial da minha classe. Vamos lá em busca do ouro (no disco). Gratidão”, disse Beth emocionada.
Diagnóstica com esclerose múltipla em 1993, Beth Gomes começou no basquete em cadeira de rodas antes de se destacar no atletismo. Ela já conquistou o ouro no lançamento do disco F53 em Tóquio e busca agora o bi em Paris.
Avanços e expectativas nas provas de corrida
No campo das corridas, os brasileiros mostraram seu potencial. Yeltsin Jacques e Julio Cesar Agripino avançaram às finais dos 1.500 metros T11, classe para pessoas com deficiência visual total. Yeltsin Jacques liderou sua bateria com 4m03s22, e Julio Cesar Agripino avançou com o terceiro melhor tempo, 4m10s10.
Nos 100 metros T11, Lorena Spoladore e Jerusa Geber dos Santos se destacaram ao vencerem suas baterias, enquanto Jhulia Karol dos Santos também avançou para as semifinais. Clara da Silva e Ketyla Teodoro seguiram em frente nos 400 metros T12, e Aline Rocha conseguiu a vaga para a final dos 1.500 metros T54 com o décimo melhor tempo, 3m35s18.
A competição segue com grandes expectativas para os atletas brasileiros em busca de mais medalhas e recordes.