Com leques coloridos se abrindo ao vento e a Avenida Paulista tomada por vozes, corpos e bandeiras, a 29ª Parada do Orgulho LGBT+ transformou São Paulo em um palco de celebração, luta e memória neste domingo, 22. Com o tema “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”, o evento destacou a importância de garantir um futuro digno para a população LGBTQIAPN+ que atravessou décadas de resistência.
Mais do que um acessório, os leques viraram uma marca do evento, um gesto performático e de resistência, “espantando a homofobia do ar”. Convidado pelos organizadores, o público atendeu ao chamado e formou um verdadeiro exército de leques coloridos que agitavam ao ritmo das músicas e discursos. O item, popularizado na cultura ballroom e por artistas como Madonna e Beyoncé, se tornou um símbolo de orgulho e identidade.
Entre os destaques da edição, o ator Marco Nanini foi ovacionado ao surgir segurando uma bandeira do orgulho. A presença de idosos LGBTQ+ reforçou o recado central da Parada: o direito de envelhecer com respeito e visibilidade. Ao lado deles, casais com filhos, como Jarbas e Mikael Bitencourt com a pequena Antonella, mostraram que as novas gerações estão crescendo em um ambiente de amor e diversidade.
Com estimativa de 48 mil pessoas presentes, segundo contagem da USP, o evento reuniu diferentes faixas etárias e identidades. Ainda assim, o público jovem predominou. A atriz Isabela Moreira dos Santos, por exemplo, ressaltou a importância de ouvir as histórias de quem pavimentou o caminho da resistência:
“Aprendo resiliência com os idosos. Eles passaram por muita coisa para estarem aqui hoje”.
Parlamentares como Luana Alves, Beth Sahao e Carol Iara (PSOL) discursaram reforçando o compromisso com a luta por direitos.
Ao final dos pronunciamentos, o Hino Nacional foi cantado em uníssono, misturando emoção e afirmação de pertencimento.
A cantora Ludmilla, anunciada de última hora, foi uma das atrações musicais mais esperadas. Subindo no trio da Amstel, ela levou hits ao público que lotava a avenida. Outros nomes, como Pedro Sampaio, Banda Uó e Pepita, também animaram a festa.
Com 17 trios e estimativa de impacto econômico superior a R$ 548 milhões, segundo a Associação Comercial de SP, a Parada se consolidou, mais uma vez, como um dos maiores eventos de diversidade do mundo. Mas, acima de tudo, reafirmou algo essencial: envelhecer não é privilégio, é direito. E ele também precisa ser garantido às pessoas LGBTQIAPN+.