OIM retoma atuação na Operação Acolhida com apoio da Unicef e setor privado

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

A Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência da ONU responsável pelo atendimento a refugiados e migrantes, confirmou ao governo brasileiro que retomará suas atividades na Operação Acolhida ainda nesta semana. A atuação da entidade havia sido interrompida após o governo dos Estados Unidos suspender o financiamento de organismos humanitários internacionais.

O anúncio foi feito no último sábado (1º) por meio de um comunicado enviado ao governo brasileiro. No documento, a OIM destacou que conseguiu mobilizar novos recursos junto à Unicef e ao setor privado para continuar seu trabalho na fronteira com a Venezuela. A entidade também agradeceu o empenho do Brasil na busca por soluções que garantissem a continuidade da operação.

Alternativas para manter a assistência

A Operação Acolhida é um programa humanitário do governo brasileiro que atua na recepção e interiorização de migrantes venezuelanos que entram no país pela fronteira de Roraima. A iniciativa é coordenada pelas Forças Armadas e conta com o apoio de diversas entidades, incluindo a OIM, que tem um custo operacional de aproximadamente US$ 5 milhões por mês.

Até então, cerca de 60% do financiamento da OIM vinha dos Estados Unidos. No entanto, a suspensão dos repasses, determinada pelo governo de Donald Trump, comprometeu a continuidade dos trabalhos. Para evitar a interrupção completa da operação, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro se mobilizou para buscar alternativas de financiamento, enquanto o Ministério da Justiça e as Forças Armadas assumiram parte das funções emergenciais.

No comunicado enviado ao Brasil, a OIM destacou a importância da resposta rápida dos parceiros para garantir o funcionamento da Operação Acolhida. “Aproveitamos para parabenizar a rápida mobilização do governo e de parceiros em solidariedade às pessoas atendidas pela Organização, assegurando a continuidade do trabalho em prol de uma migração ordenada, regular e digna”, afirmou a entidade.

Retomada das operações

Com os novos recursos assegurados, a expectativa é que a equipe da OIM volte a atuar na fronteira ainda nesta segunda-feira (3), retomando os três principais eixos da Operação Acolhida: ordenamento da fronteira, acolhimento e interiorização dos migrantes venezuelanos.

A decisão representa um alívio para as autoridades e organizações envolvidas, que temiam que a interrupção do trabalho da OIM pudesse comprometer o atendimento a milhares de refugiados. Nos últimos anos, a crise humanitária na Venezuela intensificou o fluxo migratório para o Brasil, aumentando a demanda por assistência na fronteira.

O governo brasileiro continua em busca de novas parcerias e alternativas de financiamento para manter o funcionamento da operação e minimizar os impactos da suspensão do apoio dos Estados Unidos.