Nordeste domina ranking das cidades mais violentas do Brasil, diz anuário

Maranguape, no Ceará, encerrou o ano de 2024 como a cidade mais violenta do Brasil, segundo o Anuário de Segurança divulgado nesta quinta-feira, 24, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Com uma taxa alarmante de quase 80 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes, o município lidera o ranking nacional. E esse cenário não é isolado: das 20 cidades listadas, 16 estão no Nordeste, sendo cinco delas na Bahia.

Na sequência de Maranguape, aparecem Jequié (BA), Juazeiro (BA), Camaçari (BA) e Cabo de Santo Agostinho (PE). Todos os municípios citados têm mais de 100 mil habitantes e registraram altos índices de homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes por intervenção policial.

Para o FBSP, esse panorama está diretamente ligado às disputas entre facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas. Apesar da redução em alguns tipos de crime, como roubos, a violência letal continua preocupando autoridades e população.

Amapá lidera entre os estados mais violentos; São Paulo tem menor taxa

Entre os estados, o Amapá aparece no topo do ranking com uma taxa de 45,1 mortes violentas por 100 mil habitantes. Ainda que tenha registrado queda de mais de 30% em relação ao ano anterior, o estado manteve a liderança nacional. Em seguida vêm Bahia (40,6) e Ceará (37,5). Na outra ponta do levantamento está São Paulo, com a menor taxa do país: 8,2.

O anuário também destacou outros dados relevantes. Um deles mostra que o total de pessoas presas no país subiu para mais de 909 mil, mesmo diante do déficit de vagas no sistema prisional, que ultrapassa 237 mil. Outro alerta é o descumprimento de medidas protetivas: em 2024, uma em cada cinco foi violada pelos agressores.

Mesmo com queda nos registros de roubo e furto de celulares, mais de 917 mil aparelhos foram levados das vítimas. E apenas 8% deles foram recuperados. O sábado se mantém como o dia com mais furtos registrados.

Por outro lado, o investimento em segurança pública subiu 6% e chegou a R$ 153 bilhões, com destaque para o aumento de 60% nos recursos municipais desde 2021.

O relatório também aponta queda significativa na liberação e fabricação de novas armas após mudanças nas políticas do governo federal. De 2022 para 2024, o número de registros caiu 79%, e a produção caiu mais de 90%.