Nas alturas! Dólar sobe a R$ 5,59 após declarações de Lula sobre juros

O dólar disparou nesta sexta-feira, 28, para R$ 5,59, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticar o Banco Central do Brasil (BC) e afirmar que os juros “vão melhorar” com a indicação de um novo presidente para a instituição. As declarações geraram incertezas no mercado, que teme uma possível interferência política na condução da política monetária. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, recuou 0,43%, atingindo 123.770 pontos.

Em entrevista à rádio O Tempo, Lula sugeriu que a taxa Selic poderá ser reduzida quando ele nomear o próximo presidente do BC. Luan Aral, especialista em câmbio da Genial Investimentos, comentou que tais declarações elevam a percepção de risco entre investidores, que receiam uma politização na gestão da política monetária.

Contexto Econômico Nacional

O Banco Central divulgou o resultado das contas do setor público consolidado de maio, revelando um déficit primário de R$ 63,9 bilhões, superior às expectativas do mercado. Esse dado contribuiu para a piora na percepção de risco fiscal e institucional.

Além disso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a taxa de desemprego no Brasil caiu para 7,1% no trimestre encerrado em maio. O número de desempregados diminuiu 8,8% em comparação ao trimestre anterior, totalizando 7,8 milhões de pessoas. Apesar da melhora, o cenário fiscal e a instabilidade política continuam pesando negativamente nos mercados.

Reação do Mercado

José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos, destacou que os novos ataques de Lula ao BC, ao classificar a Selic de 10,5% como “irreal”, aumentam a incerteza e a aversão ao risco. Essa percepção é transferida diretamente para o câmbio, impulsionando a alta do dólar.

Desempenho do Ibovespa

O Ibovespa recuou 0,43%, fechando aos 123.770 pontos. Na véspera, o índice havia registrado alta de 1,36%, aos 124.308 pontos. No acumulado da semana, o índice teve alta de 2,44%, enquanto no mês registrou ganhos de 1,81%. No entanto, o Ibovespa ainda apresenta perdas de 7,36% no ano.

Cenário Internacional

Nos Estados Unidos, o mercado repercutiu o debate presidencial entre Joe Biden e Donald Trump, com a percepção de que Trump teve melhor desempenho, aumentando as incertezas políticas. Além disso, o índice PCE, indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed), registrou uma leve desaceleração em maio, atingindo 2,6% interanual, conforme esperado pelo mercado.

A taxa básica de juros nos EUA está no maior nível desde 2001, entre 5,25% e 5,50%. Juros mais altos nos Estados Unidos tendem a tornar economias emergentes, como a brasileira, menos atrativas para investidores, pressionando o real.

Perspectivas

O cenário econômico permanece desafiador, com investidores atentos às próximas decisões do BC e às políticas fiscais do governo. A volatilidade no câmbio e a instabilidade política continuarão a influenciar os mercados no curto prazo.

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