Mpox: conheça os sintomas, transmissão e prevenção

A mpox, anteriormente conhecida como “varíola dos macacos”, é uma doença viral que pode ser transmitida tanto de animais para humanos quanto de pessoa para pessoa. Causada pelo vírus MPXV (Monkeypox virus), a zoonose foi identificada pela primeira vez em 1958 em colônias de macacos. Contudo, a infecção também pode ser transmitida por roedores, como esquilos, e até por cães domésticos, o que motivou a mudança do nome.

A doença ganhou destaque mundial ao ser declarada uma emergência de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS) durante o surto global de 2022/2023. Embora a mpox não se espalhe tão facilmente quanto outros vírus, como o SARS-CoV-2, responsável pela Covid-19, a proximidade entre pessoas infectadas, bem como o contato direto com fluidos corporais ou objetos contaminados, aumenta o risco de contaminação.

Sintomas da Mpox

Os sintomas da mpox variam de leves a graves. O mais comum é o surgimento de erupções cutâneas semelhantes a bolhas ou feridas, que podem durar de duas a quatro semanas. Essas lesões podem aparecer no rosto, palmas das mãos, solas dos pés, região genital, boca e olhos, causando desconforto e dor. Além das erupções, outros sintomas incluem:

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Dores musculares
  • Dores nas costas
  • Apatia
  • Gânglios linfáticos inchados

Algumas pessoas podem desenvolver complicações graves, como inflamação no reto e nos órgãos genitais, infecções secundárias, encefalite e pneumonia. Recém-nascidos, crianças e pessoas com imunodepressão estão entre os grupos mais vulneráveis a quadros mais severos da doença, podendo, inclusive, evoluir para óbito.

Como ocorre a transmissão

A transmissão do vírus da mpox ocorre principalmente através do contato direto com as lesões cutâneas de uma pessoa infectada ou pelo contato próximo, como durante relações sexuais, beijos ou outras interações físicas. Além disso, o vírus pode ser transmitido por meio de objetos e superfícies contaminadas, como roupas de cama e toalhas, que foram manuseadas por uma pessoa infectada.

Durante o surto global de 2022/2023, o contágio se deu majoritariamente por via sexual, afetando especialmente grupos com múltiplos parceiros sexuais. No entanto, a infecção não se limita a pessoas sexualmente ativas ou a homens que fazem sexo com homens (HSH). Qualquer pessoa que tenha contato próximo com uma pessoa infectada corre o risco de contrair a doença.

A mpox também pode ser transmitida de animais para humanos, especialmente em regiões onde o vírus está presente entre animais selvagens. Mordidas, arranhões ou até mesmo o consumo de carne de animais infectados são formas de contrair o vírus.

Medidas de prevenção e tratamento

Para reduzir o risco de infecção, é fundamental adotar medidas preventivas, como evitar o contato físico com pessoas infectadas e o uso de máscaras, especialmente em casos de lesões na boca ou tosse. Lavar regularmente as mãos e desinfetar superfícies também são ações importantes para prevenir o contágio.

O tratamento da mpox geralmente envolve cuidados com a pele, mantendo as lesões limpas e cobertas. Para casos graves, o uso de antivirais, como o tecovirimat (TPOXX), pode ser recomendado por profissionais de saúde, além de imunoglobulina vaccinia (VIG). A recuperação, na maioria dos casos, ocorre de forma natural em poucas semanas.

A vacinação contra a varíola humana oferece alguma proteção contra a mpox, mas como essa vacina foi descontinuada após a erradicação da varíola em 1980, grande parte da população jovem não foi imunizada. Assim, é importante que todos, independentemente de vacinação prévia, adotem as medidas de proteção recomendadas.