Moraes ordena prisão imediata de Alexandre Ramagem após confirmação de fuga para os Estados Unidos

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

A tensão entre o Judiciário e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro atingiu um novo pico nesta quinta-feira. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão do deputado federal Alexandre Ramagem. A decisão drástica foi tomada após a Polícia Federal confirmar que o parlamentar rompeu as restrições impostas e deixou o território nacional.

Ramagem, que foi diretor da Abin e peça-chave no governo anterior, foi localizado em um condomínio de luxo em North Miami, na Flórida. Contudo, ele estava proibido de deixar o Brasil e com os passaportes retidos por ordem judicial. Segundo reportagens locais, a rota de fuga incluiu um deslocamento do Rio de Janeiro para Boa Vista antes de cruzar a fronteira, o que ocorreu ainda em setembro.

O despacho de Moraes foi assinado em sigilo antes mesmo de o PSOL protocolar um pedido oficial de prisão. De fato, a movimentação do ministro antecipou-se à repercussão política, visando garantir a aplicação da lei penal. Ramagem foi condenado recentemente pela Primeira Turma do STF a mais de 16 anos de prisão por envolvimento na trama golpista e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

O cerco judicial e o silêncio da defesa

A situação jurídica do deputado se agravou na última semana. O Supremo negou os recursos apresentados pela defesa, aproximando o início da execução da pena em regime fechado. Desse modo, a viagem para o exterior é vista pelas autoridades como uma manobra clara para evitar o cárcere iminente no Brasil.

Até o momento, Ramagem não se manifestou publicamente nas redes sociais. O advogado Paulo Cintra afirmou que apenas recebeu a informação de que o cliente decidiu se ausentar do país nesta semana. Em suma, o caso repete um padrão recente observado com outros parlamentares, como Carla Zambelli e Marcos do Val, que também protagonizaram episódios de tensão com o STF envolvendo viagens internacionais e descumprimento de medidas cautelares.