O ministro Alexandre de Moraes informou nesta terça-feira que se reuniu com o presidente do Banco Central do Brasil para discutir exclusivamente os efeitos da Lei Magnitsky. Segundo a nota divulgada, o encontro teve como foco as implicações da norma aplicada pelos Estados Unidos. O texto não faz referência ao caso envolvendo o Banco Master.
De acordo com Moraes, a conversa com Gabriel Galípolo integrou uma série de reuniões com dirigentes do sistema financeiro. Ainda assim, o ministro destacou que todos os encontros trataram apenas das consequências práticas da legislação internacional.
Na nota, Moraes afirma que também recebeu a presidente do Banco do Brasil, além de executivos do Itaú. Além disso, participou de uma reunião conjunta com representantes da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, da Febraban, do BTG e do Bradesco. Segundo o ministro, os debates se concentraram em temas como a manutenção de contas, cartões e movimentações bancárias diante da aplicação da lei.
Banco Central confirma reuniões e caso Master volta ao debate público
O Banco Central confirmou, em comunicado próprio, que manteve reuniões com o ministro para tratar dos efeitos da Lei Magnitsky. No entanto, o órgão não entrou em detalhes sobre o conteúdo das conversas nem mencionou assuntos relacionados a instituições específicas.
A declaração ocorre após reportagem publicada pelo jornal O Globo, que apontou contatos de Moraes com o presidente do BC para discutir a tentativa de venda do Banco Master ao Banco de Brasília, o BRB. Segundo a publicação, o ministro teria procurado Galípolo por telefone e também de forma presencial.
O Banco Central barrou a operação em setembro. De acordo com investigações da Polícia Federal, o Banco Master teria cometido irregularidades em papéis vendidos ao BRB. A PF estima que a fraude alcance R$ 12 bilhões. O BRB é uma instituição pública, o que ampliou a repercussão do caso.
Ainda segundo o jornal, a esposa de Moraes, a advogada Viviane Barci de Moraes, mantém contrato de prestação de serviços com o Banco Master. O acordo previa pagamentos mensais elevados ao longo de três anos. Esse ponto, contudo, não foi mencionado nas notas divulgadas pelo ministro nem pelo Banco Central.
Por fim, os comunicados oficiais também não abordam as ligações telefônicas citadas na reportagem. Moraes limitou-se a afirmar que as reuniões tiveram caráter técnico e trataram apenas da legislação internacional.
