O empresário Fabio Rubemar estava em casa, no 18º andar, quando tudo tremeu. O barulho foi tão forte que móveis se moveram e o pó de gesso caiu do teto. Ele correu para a janela e viu uma bola de fogo subir, formando uma imagem que lembrava uma nuvem cogumelo. A cena, registrada às pressas, viralizou horas depois.
Muitos internautas acharam que era montagem. Fabio, que já trabalhou como fotógrafo, explicou que a foto é real e que a explosão pareceu interminável. Segundo ele, por alguns minutos o barulho continuou e objetos voavam pela rua.
A detonação ocorreu na Rua Francisco Bueno, perto da esquina entre as avenidas Celso Garcia e Salim Farah Maluf, uma área movimentada do Tatuapé. O Corpo de Bombeiros confirmou que o fogo começou em um imóvel usado como depósito irregular de fogos de artifício. A força da explosão destruiu completamente a residência. Uma pessoa morreu, dez ficaram feridas e ao menos vinte e três casas foram interditadas. A perícia trabalha para identificar o corpo carbonizado encontrado no local. A Polícia Civil apura se seria o morador da casa, Adir de Oliveira Mariano, de 46 anos, suspeito de armazenar fogos para uso em balões.
Logo após o impacto, o clima na vizinhança virou pânico. Fabio relatou que a sogra ligou chorando, temendo vítimas. Ele disse que ninguém sabia se descia, se corria ou se esperava novas explosões. Moradores correram para a calçada com medo de desabamento e saques. Alguns passaram a noite na rua, receosos de voltar para imóveis danificados. Muitos relataram estouro de vidros nos prédios próximos e carros atingidos por estilhaços.
A Polícia Técnico-Científica analisa fragmentos encontrados no imóvel e tenta entender o que provocou a explosão. Para os bombeiros, há indícios de que parte dos materiais seria destinada a balões. Esse tipo de armazenamento é ilegal e costuma ser feito de forma improvisada, o que aumenta o risco de acidentes. As autoridades afirmaram que não é possível confirmar ainda se o imóvel funcionava como depósito clandestino, pois o proprietário não foi localizado.
Enquanto a investigação avança, a área permanece isolada e o trânsito flui apenas nas avenidas principais. Moradores seguem recolhendo relatos e listando prejuízos. Em vídeos gravados por celulares, é possível ver o momento em que a coluna de fumaça sobe e vizinhos gritam assustados.
No prédio mais próximo, vidros estouraram em vários andares. Uma moradora contou que estava assistindo TV quando ouviu o estrondo e viu a janela voar para dentro do quarto.
As equipes de emergência continuam vistoriando estruturas comprometidas e orientando famílias que perderam acesso às casas. A Defesa Civil, por sua vez, avalia danos e verifica a necessidade de novas interdições. Ainda não há previsão de liberação dos imóveis mais afetados.
