Minha Casa, Minha Vida agora atende classe média com nova Faixa 4; veja o que muda no programa

O governo federal anunciou a ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida, que agora passa a contemplar também a classe média. A grande novidade é a criação da chamada “Faixa 4”, destinada a famílias com renda mensal entre R$ 8,6 mil e R$ 12 mil. A nova modalidade, que deverá estar disponível a partir da primeira quinzena de maio, permitirá o financiamento de imóveis de até R$ 500 mil, com juros menores do que os praticados atualmente pelo mercado.

De acordo com as regras aprovadas pelo Conselho Curador do FGTS nesta terça-feira (15), os contratos da nova faixa terão prazo de até 35 anos (420 meses) e taxa de juros anual de 10%. Apesar da vantagem nas condições, não haverá subsídio do governo — ou seja, as famílias contempladas pagarão o valor integral do imóvel financiado.

A medida, segundo o Ministério das Cidades, tem potencial para beneficiar inicialmente 120 mil famílias. É também interpretada como um aceno político à classe média por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a pouco mais de um ano das eleições de 2026.

Reajuste nas demais faixas e foco no interior

Além da criação da Faixa 4, o governo também atualizou os limites de renda das demais faixas do programa. A Faixa 1 agora contempla famílias com renda de até R$ 2.850 (antes R$ 2.640). A Faixa 2 foi ampliada para até R$ 4,7 mil (antes R$ 4,4 mil), e a Faixa 3 passou a incluir quem recebe até R$ 8,6 mil por mês (antes o teto era R$ 8 mil).

Com essa atualização, estima-se que outras 100 mil famílias passem a ser elegíveis ao programa habitacional. Importante destacar que os valores recebidos via auxílio-doença, seguro-desemprego, BPC e Bolsa Família não são considerados no cálculo da renda.

Aliás, quem é beneficiário do BPC ou do Bolsa Família não paga prestações: nesses casos, o imóvel é totalmente subsidiado pelo governo federal.

Outro ajuste aprovado pelo FGTS busca estimular o acesso à moradia em municípios menores. Em cidades com até 100 mil habitantes, o teto de financiamento foi ampliado: os imóveis poderão custar entre R$ 210 mil e R$ 230 mil — um aumento de até 16% em relação aos valores anteriores.

Houve também uma flexibilização nas regras para que famílias da Faixa 1 e 2 possam adquirir imóveis com o teto da Faixa 3 (R$ 350 mil). Nesses casos, os contratos seguem as condições da Faixa 3, com juros entre 7,66% e 8,16% ao ano e sem direito a descontos.

A reformulação do Minha Casa, Minha Vida reforça o papel do programa como pilar da política habitacional brasileira, agora mirando também o público de renda média, em meio a um contexto de aquecimento do mercado imobiliário e da aproximação do calendário eleitoral.