A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, anunciou nesta sexta-feira, 9, sua disposição para oferecer “garantias, salvo-conduto e incentivos” ao presidente Nicolás Maduro, com o objetivo de facilitar sua saída do poder. Machado, que tenta comprovar a vitória de seu candidato, Edmundo González, nas eleições de 28 de julho, enfatizou que está aberta a uma “transição negociada” e a unir a nação em um processo que considera complexo e delicado.
Panamá oferece asilo a Maduro e críticas à comunidade internacional
Após as declarações de Machado, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, ofereceu asilo político a Maduro e sua família. A oposição venezuelana alega ter vencido as eleições, enquanto o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), aliado de Maduro, proclamou sua reeleição, mas sem apresentar as atas eleitorais que comprovam os resultados. A oposição sustenta que seu candidato venceu com 67% dos votos, conforme uma contagem independente das atas realizada pela Associated Press, que revelou uma vantagem de 500 mil votos.
Machado criticou a comunidade internacional, chamando-a de “corresponsável pelo que acontece na Venezuela” e solicitou mais apoio para a sua reivindicação de vitória. Ela segue em esconderijo desde a semana passada devido a temores de segurança.
Pressão internacional e exigência de transparência
Os ministros das Relações Exteriores de Brasil, Colômbia e México, incluindo o brasileiro Mauro Vieira, publicaram uma nota conjunta reiterando a necessidade da apresentação das atas eleitorais pela CNE. O texto afirma que a divulgação transparente dos resultados das eleições presidenciais de 28 de julho é fundamental, e que o CNE, por mandato legal, deve fornecer essas informações à sociedade.
A situação continua a ser acompanhada de perto, com a comunidade internacional pressionando por maior transparência e resolução pacífica da crise política na Venezuela.