O presidente venezuelano Nicolás Maduro fez declarações alarmantes durante um comício em Caracas, alertando que uma possível derrota nas eleições presidenciais, marcadas para o próximo dia 28, poderia levar a uma guerra civil no país. Em seu discurso, Maduro afirmou:
“O destino da Venezuela no século 21 depende da nossa vitória em 28 de julho. Se não queremos que a Venezuela mergulhe em um banho de sangue, causado pelos fascistas, vamos garantir o maior sucesso, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo.”
A fala de Maduro, que busca um terceiro mandato de seis anos, ocorre em um momento de crescente tensão política e eleitoral. As recentes pesquisas mostram que ele está em desvantagem, o que tem levado o presidente a intensificar seu discurso. Em um comício no estado de Aragua, na semana passada, Maduro já havia mencionado a possibilidade de uma guerra, enfatizando a escolha entre “guerra ou paz” e “democracia ou fascismo.”
Acusações e supostas tentativas de ataque
A tensão se intensificou ainda mais com a prisão de Milciades Ávila, chefe de segurança da líder oposicionista María Corina Machado. Na quarta-feira (17), o partido de Machado, Vamos Venezuela, alegou que Ávila foi sequestrado por autoridades do regime. Segundo o partido, o segurança foi detido após proteger Machado e o candidato Edmundo González durante um comício em La Encrucijada de Cagua, no estado de Aragua.
Machado também relatou uma tentativa de ataque contra sua equipe em Barquisimeto, capital do estado de Lara. Em suas redes sociais, ela denunciou o vandalismo em veículos da campanha, incluindo o corte de mangueiras de freio e o esvaziamento de óleo dos motores. Machado afirmou que agentes do regime seguiram sua equipe desde o estado de Portuguesa e cercaram o local onde passaram a noite.
A oposição também relatou a prisão de outros nove indivíduos em quatro estados do país, relacionados à campanha de Machado. O Departamento de Estado dos EUA expressou preocupação com as detenções, criticando as prisões sem o devido processo legal. A ONG Foro Penal, dedicada à defesa de presos políticos, informou que contabiliza 102 prisões ligadas à campanha oposicionista, refletindo um padrão de repressão contra ativistas e colaboradores.
Maduro, acusando frequentemente a oposição de tentar desestabilizar seu governo, continua a intensificar suas críticas. Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional e vice-presidente durante o governo de Hugo Chávez, acusou prefeitos independentes que apoiam Maduro de serem ameaçados pela oposição.
A situação continua a evoluir com uma crescente sensação de incerteza e tensão à medida que as eleições se aproximam.