No último fim de semana em São Paulo, o presidente Lula se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e um grupo de economistas, tanto do governo quanto externos, para discutir os crescentes desafios econômicos do país. O principal foco da conversa foi o potencial impacto negativo de uma alta abrupta da inflação, impulsionada pelo aumento do dólar.
Especialistas como Guido Mantega, Luiz Gonzaga Beluzzo, Luciano Coutinho e Eduardo Moreira estavam presentes no encontro, onde alertaram que a valorização do dólar poderia encarecer produtos e insumos importados, elevando os preços internos. Diante desse cenário desfavorável, Lula foi aconselhado a adotar um tom mais moderado em suas declarações públicas, evitando intensificar a crise.
Segundo relatos, Lula expressou sua indignação com o que percebe como movimentos especulativos contra seu governo, especialmente impactando os segmentos mais vulneráveis da população. No entanto, os economistas recomendaram que o presidente diminuísse suas críticas ao mercado e ao Banco Central, optando por ações discretas para preservar conquistas sociais importantes, como o salário mínimo, aposentadorias, benefícios, saúde e educação.
O grupo também reconheceu que fatores externos, como a política de juros dos EUA, contribuem para a valorização do dólar, além das declarações de Lula. Alertaram ainda que um tom agressivo poderia agravar a crise, minando os esforços de proteção aos mais vulneráveis e reduzindo a margem de manobra do governo. Projeções indicam uma inflação prevista de 12,5% até o final de 2025, em comparação aos atuais 10,5%.
Os economistas enfatizaram a importância crucial de manter a estabilidade econômica e controlar a inflação para garantir o apoio popular às políticas do governo. A instabilidade inflacionária poderia comprometer outras conquistas do governo, diminuindo sua eficácia em lidar com questões sociais e econômicas.
A reunião destacou a necessidade urgente de equilíbrio na abordagem econômica e política de Lula, visando evitar crises adicionais e proteger os interesses da população em meio aos desafios econômicos atuais e futuros.