Depois de quase 24 horas de instabilidade, a linha 11-Coral da CPTM começou a retomar o fluxo normal de viagens na manhã desta quarta-feira. A circulação foi liberada por volta das 8h30, após equipes de manutenção concluírem os reparos na rede aérea, que alimenta eletricamente os trens. A falha havia provocado atrasos, superlotação e um efeito cascata no transporte sobre trilhos desde a véspera.
A ocorrência foi registrada no início da manhã de terça-feira, na região da estação Corinthians-Itaquera. Um pantógrafo — equipamento que faz a ligação entre o trem e a fiação superior — enroscou na estrutura e danificou mais de um quilômetro e meio da rede. O problema se espalhou rapidamente e comprometeu toda a operação da linha.
Segundo relatos colhidos ao longo do dia, passageiros enfrentaram plataformas lotadas, viagens mais longas e intervalos elevados entre os trens. Desde cedo, o fluxo seguia lento, o que aumentou a pressão sobre o restante do sistema.
Gerência admite falha rara e diz que presença de passageiros na via atrasou reparos
A CPTM informou que a situação era “complexa e rara”. O gerente-geral da companhia, Iran Figueiredo Leão, explicou que o dano afetou uma estrutura extensa. Além disso, ele afirmou que o processo demorou mais porque alguns passageiros desceram na via durante a paralisação. Isso exige interrupção total de energia por segurança. Portanto, a retomada das atividades ficou ainda mais lenta.
Leão destacou que a empresa ainda não sabe o que causou o problema inicial. Segundo ele, equipes especializadas farão a apuração quando todo o sistema estiver estável. Contudo, a prioridade da operação foi restaurar o serviço.
Durante o período de instabilidade, os intervalos na linha 11 chegaram a oito minutos em alguns trechos. Entre Tatuapé e Corinthians-Itaquera, o tempo de espera chegou ao dobro. Ademais, o impacto atingiu outras linhas, especialmente a 3-Vermelha do metrô. As plataformas registraram movimento intenso desde as primeiras horas da manhã.
Para ajudar no deslocamento dos usuários, o sistema Paese foi acionado. A medida disponibilizou ônibus para suprir parte da demanda entre as estações Tatuapé e Corinthians-Itaquera. Também houve orientação para que passageiros usassem a linha 12-Safira ou a linha 3-Vermelha como alternativas.
Mesmo com reforço, a situação ficou difícil em várias estações. Em alguns momentos, o acesso às catracas ficou lento por causa da grande quantidade de gente tentando embarcar ao mesmo tempo. Os trens também circularam cheios.
Ao longo da manhã desta quarta, a CPTM divulgou que o serviço estava em processo de normalização. Além disso, a companhia pediu desculpas pelos transtornos causados aos usuários.
O episódio ocorre em um dos corredores mais movimentados da capital paulista. Por isso, os efeitos da paralisação foram sentidos por quem depende do sistema para trabalhar, estudar ou acessar outras linhas de transporte. Agora, com a operação retomada, a empresa busca garantir estabilidade e evitar novos atrasos.