Leão XIV é eleito novo papa: americano com alma latina promete continuar legado de Francisco

Robert Francis Prevost, cardeal nascido nos Estados Unidos e com cidadania peruana, foi eleito nesta quinta-feira, 8, como o novo papa da Igreja Católica. Ele escolheu o nome Leão XIV e sucede o papa Francisco, falecido há menos de três semanas. Em seu primeiro discurso, falou de paz, agradeceu ao antecessor e indicou que seguirá o caminho de reformas e proximidade com os fiéis.

A fumaça branca que saiu da Capela Sistina no início da tarde anunciou a escolha. Pouco depois, Prevost apareceu na sacada da Basílica de São Pedro, em Roma, onde foi apresentado como novo pontífice. Em sua primeira fala, ele emocionou os presentes ao repetir as palavras de Cristo: “A paz esteja com todos vocês”.

O novo papa, de 69 anos, afirmou que deseja uma Igreja sinodal e missionária. Para ele, o foco deve estar nos mais pobres, nos marginalizados e em todos que sofrem. Com isso, reforçou sua intenção de manter as diretrizes defendidas por Francisco.

“Queremos ser uma Igreja que caminha, que busca a paz e permanece próxima dos que mais precisam”, declarou.

Leão XIV também se destacou ao incluir uma mensagem em espanhol. Ele agradeceu diretamente à Diocese peruana, onde serviu por anos. Foi a primeira vez que um papa usou outro idioma além do italiano em seu discurso de posse. O gesto simboliza seu vínculo com a América Latina.

Além disso, ele se torna o primeiro papa da história vindo dos Estados Unidos, país de maioria protestante. Sua eleição ocorreu no segundo dia de conclave, após rodadas de votação marcadas por fumaça preta. O processo contou com 133 cardeais votantes e seguiu o mesmo ritmo dos conclaves de 2005 e 2013.

A eleição acontece 17 dias após a morte do papa Francisco. O argentino faleceu em decorrência de um AVC e de insuficiência cardíaca. Durante seus 12 anos de pontificado, promoveu reformas históricas e expandiu o papel da Igreja na diplomacia internacional.

Agora, Leão XIV assume em meio a um cenário de instabilidade global e perda de fiéis. Seu principal desafio será manter o legado de diálogo e aproximação com o povo, sem perder a tradição e o peso institucional do Vaticano.