O vídeo mais recente do youtuber Felca reacendeu o debate sobre segurança digital no Brasil. Na última quarta-feira, 6, ele publicou em seu canal, com mais de 4 milhões de inscritos, o conteúdo “Adultização”. No material, denuncia o influenciador paraibano Hytalo Santos por exploração de menores e alerta para os riscos da exposição infantil nas redes sociais. A publicação viralizou e trouxe novamente à pauta a proteção de crianças e adolescentes no ambiente virtual.
Perigos, responsabilidade dos pais e regulação das plataformas
Em entrevista à GloboNews nesta segunda-feira, 11, a juíza Vanessa Cavalieri, da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro, afirmou que “a internet é um lugar público e perigoso”. Ela comparou a divulgação de imagens de filhos à distribuição de fotos a desconhecidos na rua. Para a magistrada, esse hábito facilita o acesso de criminosos a conteúdos que deveriam estar protegidos.
Vanessa também destacou o sharenting, termo usado para definir a exposição de filhos por pais nas redes. “A imagem dos filhos pertence a eles, não aos pais”, reforçou. Ela alertou que até perfis fechados oferecem riscos.
Além disso, defendeu a necessidade de o Brasil avançar na regulação das big techs. Segundo a juíza, as plataformas devem ser responsabilizadas por proteger menores de idade. Ela citou o Projeto de Lei 2628/2022, aprovado no Senado e em análise na Câmara. A proposta cria regras para resguardar crianças e adolescentes em redes sociais, aplicativos e jogos, inclusive os administrados por empresas estrangeiras.
Para Vanessa, essa discussão precisa ser suprapartidária.
“O interesse comum é impedir que menores sejam expostos à violência ou explorados na internet”, concluiu.