A sétima morte confirmada por intoxicação por metanol em São Paulo é a de Cleiton da Silva Conrado, de 25 anos, morador de Osasco. Ele foi encontrado morto em casa após participar de um churrasco com amigos. Sua companheira, Jhenifer Carolina dos Santos Gomes, foi levada ao hospital desacordada e morreu depois.
O casal havia passado o dia anterior na casa de Daniel Antonio Francisco Ferreira, que também morreu após o encontro. Cleiton morreu em 23 de setembro, e exames realizados pelo Instituto Médico Legal indicaram 16 dg/L de metanol no sangue. Também foi detectada a presença de cocaína.
Segundo o boletim de ocorrência, o médico do Samu encontrou Cleiton sem sinais de violência e com suspeita inicial de overdose.
Churrasco terminou em tragédia
De acordo com Josiellen dos Santos de Jesus, viúva de Daniel e prima de Jhenifer, o grupo se reuniu para um churrasco familiar. Depois da refeição, apenas Cleiton, Jhenifer e Daniel continuaram no local bebendo até mais tarde.
Ela contou que Daniel e Cleiton foram várias vezes a uma adega próxima para comprar bebidas. Entre os produtos adquiridos estavam combos de uísque e energético e, possivelmente, garrafas de gin. A perícia recolheu todas as garrafas do local.
Josiellen afirmou que escapou da tragédia por não consumir álcool. “Minha sorte é que eu não bebo. Senão, estaria ele no caixão e eu do lado em outro”, disse. Ela e Daniel tinham uma filha de quase um ano.
Mortes confirmadas por metanol
Além de Cleiton, outras vítimas identificadas são Ricardo Lopes Mira, Marcos Antônio Jorge Júnior, Marcelo Lombardi, Bruna Araújo, Daniel Antonio Francisco Ferreira e Leonardo Anderson. O total de mortes subiu para sete.
O número de casos confirmados também aumentou, passando de 38 para 42. Já os investigados caíram para 18, incluindo uma morte em Piracicaba. Até esta quarta-feira (22), 423 suspeitas haviam sido descartadas.
O metanol é um álcool usado em solventes e produtos industriais. Quando ingerido, o fígado o transforma em substâncias tóxicas que atacam o sistema nervoso, o fígado e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e morte.
Jovem segue em coma há 50 dias
Outra vítima é Rafael Anjos Martins, de 28 anos, internado há 50 dias após beber gin adulterado na Zona Sul de São Paulo. Desde o diagnóstico, ele depende de ventilação mecânica e não apresenta fluxo sanguíneo cerebral. Seu laudo mostrou 155 mg/L de metanol no sangue.
Rafael está internado em Osasco, e a polícia investiga o caso. No local, foram apreendidas duas garrafas abertas e outras 14 lacradas.
Orientações e sintomas
O Centro de Vigilância Sanitária alerta que bares e comércios verifiquem a procedência das bebidas. Os sintomas de intoxicação incluem dor abdominal, náusea, visão turva, confusão mental, taquicardia e convulsões.
Em caso de suspeita, é essencial procurar atendimento médico imediato. O Centro de Controle de Intoxicações (CCI-SP) oferece suporte pelos telefones (11) 5012-5311 e 0800 771 3733.