Milhões de aposentados e pensionistas brasileiros foram surpreendidos por descontos indevidos em seus benefícios nos últimos anos. Embora o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já tenha iniciado o ressarcimento — com mais de R$ 292 milhões devolvidos até o início de junho — cerca de 6 milhões de pessoas ainda não entraram em contato para confirmar se autorizaram as cobranças e reaver os valores.
A devolução faz parte de uma operação contra fraudes envolvendo entidades associativas que descontaram mensalidades sem consentimento dos segurados. Segundo o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, a maior parte dos beneficiários ainda precisa confirmar, pelo aplicativo ou site do INSS, se reconhece ou não os descontos feitos nos últimos cinco anos.
Para quem já iniciou o processo, é possível acompanhar o pedido diretamente pelo app Meu INSS ou pelo site oficial, na área de “Consultar Pedido”. As entidades envolvidas têm 15 dias úteis para devolver os valores ou apresentar documentos que comprovem autorização.
Aqueles que não reconhecem os descontos podem simplesmente indicar isso no sistema — não é necessário anexar nenhum documento. Caso a entidade não se manifeste, o INSS fará a cobrança e devolverá o valor posteriormente, em data a ser divulgada.
Nos casos mais graves, o órgão já acionou a Advocacia Geral da União para responsabilizar as associações e seus representantes legais judicialmente.
O próprio sistema do INSS notifica os usuários sobre possíveis irregularidades. É importante verificar o app ou entrar em contato com a Central 135 para saber se há descontos não autorizados e iniciar o pedido de ressarcimento.
O escândalo envolveu até associações presididas por laranjas, segundo investigação recente, reforçando a gravidade da fraude e a urgência de os segurados checarem seus benefícios.