Influenciador Hytalo Santos é preso após denúncias de exploração de menores nas redes sociais

O influenciador digital Hytalo Santos foi preso preventivamente nesta sexta-feira (15), em Carapicuíba, na Grande São Paulo. A prisão foi solicitada pelo Ministério Público da Paraíba (MP-PB) e incluiu também o marido de Hytalo.

A Justiça autorizou a medida ao avaliar que havia risco de destruição de provas e intimidação de testemunhas durante as investigações. Os advogados do influenciador classificaram a detenção como “extrema”.

Eles afirmaram que ainda não tiveram acesso ao conteúdo da decisão. Segundo nota dos escritórios de defesa, todas as medidas judiciais cabíveis serão tomadas, incluindo um possível pedido de habeas corpus.

Investigações estavam em curso desde 2023

De acordo com o MP-PB, Hytalo já era investigado desde o fim do ano passado. O foco da apuração é o uso de adolescentes em vídeos com conteúdo de conotação sexual e possível exploração de mão de obra artística infantojuvenil.

Promotores também pretendem ouvir os pais dos adolescentes. O objetivo é saber se houve omissão no dever de proteção ou recebimento de benefícios financeiros, como dinheiro e imóveis.

Na última terça-feira (12), a Justiça determinou a suspensão dos perfis do influenciador nas redes sociais. Também proibiu a monetização de seus conteúdos e o contato com menores. O TikTok informou que baniu os perfis de Hytalo em duas ocasiões: abril de 2023 e junho deste ano.

Caso ganhou repercussão após denúncia de Felca

Hytalo ficou conhecido por gravar vídeos com adolescentes que ele chamava de “filhos” ou “turma do Hytalo”. Os conteúdos incluíam danças sensuais e linguagem sugestiva.

As publicações começaram a ganhar visibilidade após um vídeo de denúncia feito pelo influenciador Felca. Ele apontou a exposição de crianças e adolescentes, que estariam sendo impulsionadas pelos algoritmos das redes sociais.

Segundo Felca, esse tipo de material poderia servir como fonte para redes ilegais de pedofilia. O termo “adultização” — que define a imposição precoce de comportamentos adultos em crianças — se tornou central nas discussões.

Congresso discute propostas sobre o tema

Após as denúncias, parlamentares passaram a apresentar projetos de lei para combater a exposição indevida de menores na internet. As propostas incluem penalidades mais duras para responsáveis e regras mais rígidas para as plataformas digitais.

Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é crime expor crianças a situações vexatórias ou usar suas imagens de forma que viole sua dignidade. A pena pode chegar a dois anos de prisão.

A prisão de Hytalo reacende o debate sobre o papel das redes sociais e a responsabilidade de quem produz ou lucra com conteúdo envolvendo menores.