Inflação avança em março com alta dos alimentos e IPCA já supera teto da meta do BC

A inflação oficial do Brasil voltou a preocupar em março. Segundo o IBGE, o IPCA subiu 0,56% no mês, puxado principalmente pela alta nos preços dos alimentos. Com esse avanço, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 5,48%, ultrapassando o teto da meta do Banco Central, que é de 4,5%.

O grupo Alimentação e Bebidas foi o principal responsável pela pressão inflacionária. A alta foi de 1,17%, respondendo por quase metade do índice do mês. Entre os produtos com maiores aumentos estão o tomate (22,55%), os ovos (13,13%) e o café moído (8,14%). As variações refletem fatores como a quebra de safra, o calor excessivo e o aumento do custo da ração.

Além disso, a alimentação em casa ficou 1,31% mais cara. A demanda aumentada durante a Quaresma também contribuiu para os reajustes, principalmente no caso dos ovos. Fora do domicílio, os preços subiram 0,77%, com destaque para o cafezinho, que registrou alta de 3,48%.

Outros grupos também pressionaram o índice. As despesas pessoais subiram 0,70%, influenciadas pela alta em cinema e teatro após o fim de promoções.

No setor de transportes, o aumento foi de 0,46%, puxado pelas passagens aéreas, que subiram 6,91%. Já os combustíveis apresentaram alta moderada, com destaque para a gasolina, que variou 0,51%.

Em contrapartida, a energia elétrica pesou menos no bolso em março. Depois de pressionar o IPCA em fevereiro, a conta de luz desacelerou e teve alta de apenas 0,12%. O grupo Habitação, como um todo, variou 0,24%.

O índice de difusão, que mostra o quanto a alta de preços está espalhada pelos itens pesquisados, permaneceu em 61%. Isso indica uma inflação ainda disseminada, embora menos intensa do que no início do ano.

O INPC, que mede o impacto da inflação para famílias de baixa renda, subiu 0,51% no mês. Em 12 meses, acumula alta de 5,20%.

O cenário reforça o desafio do controle inflacionário em 2025. A pressão dos alimentos e dos serviços ainda é forte, e o índice já ultrapassa a margem de tolerância da autoridade monetária.