Um incêndio atingiu um abrigo para pessoas em situação de vulnerabilidade social no centro de São José dos Campos, na madrugada desta segunda-feira, 10 de março, deixando quatro mortos e vários feridos. Segundo a Polícia Militar, as chamas foram provocadas intencionalmente por um homem que foi preso em flagrante.
O incêndio teve início na rua Sebastião Hummel e se espalhou rapidamente pelo prédio, que abrigava 22 pessoas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, entre os moradores do local, seis eram acamados e não tinham condições de se locomover.
Quatro pessoas não conseguiram sair a tempo e morreram carbonizadas. As vítimas foram identificadas como Hélio Gonçalves, de 61 anos, Márcia Aparecida, de 55 anos, Regiane Soares, de 53 anos, e Moisés Felipe, de 50 anos.
Além dos óbitos, outras oito pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas ao pronto-socorro da Vila Industrial. Não há informações sobre o estado de saúde delas. Um bombeiro também sofreu ferimentos durante o combate às chamas, mas já recebeu alta hospitalar.
A operação de resgate envolveu 16 bombeiros e oito viaturas, além do apoio da Polícia Militar, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Guarda Civil Municipal.
Incêndio criminoso e prisão do suspeito
A investigação aponta que o incêndio foi criminoso. O suspeito, identificado como Leandro Rangel Vilela, de 42 anos, teria colocado fogo em um sofá dentro de um bazar que funciona no abrigo. As chamas se alastraram rapidamente e tomaram o prédio.
Câmeras de monitoramento registraram a ação, e a Polícia Militar prendeu o suspeito pouco depois do ocorrido. Ele já tinha antecedentes criminais e agora responderá por incêndio criminoso, homicídio e tentativa de homicídio.
Durante audiência de custódia realizada nesta segunda-feira, a Justiça converteu a prisão em flagrante para preventiva.
Relação do suspeito com o abrigo
A fundadora da Comunidade Consoladora dos Aflitos, que administra o abrigo, afirmou que Leandro era um frequentador do local e recebia auxílio há cerca de dois anos. Segundo ela, o crime pode ter sido motivado por uma desavença ocorrida horas antes.
Ela relatou que, no dia anterior ao incêndio, Leandro tentou acessar o local sob efeito de drogas. Diante da situação, foi orientado a não entrar, o que teria despertado sua ira.
Nota da administração do abrigo
A entidade responsável pelo espaço manifestou pesar pelas vítimas e prestou solidariedade aos feridos. Em nota, ressaltou a gravidade da tragédia e a angústia por se tratar de um ato criminoso.
“As causas do incêndio estão sendo rigorosamente apuradas pelas autoridades policiais e pelo Corpo de Bombeiros. Há informações preliminares que indicam a possibilidade de o incêndio ter sido criminoso, o que aumenta ainda mais nossa angústia e nosso desejo por justiça”, declarou a organização.
O local segue interditado enquanto as investigações continuam.