A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou imagens inéditas do Sol capturadas pela sonda Solar Orbiter com a maior resolução já registrada. As fotos destacam tanto a superfície visível (fotosfera) quanto a atmosfera externa (coroa solar), oferecendo novos insights sobre a dinâmica do astro e seus fenômenos.
Detalhes das imagens
As fotografias foram tiradas em março de 2023, quando a Solar Orbiter estava a menos de 74 milhões de quilômetros do Sol. A novidade está na montagem das imagens em mosaico, unindo registros em alta definição feitos ao longo de quatro horas.
Essas imagens capturam:
- A fotosfera: A camada visível do Sol, com temperaturas entre 4500°C e 6000°C.
- A coroa solar: A atmosfera externa, onde as temperaturas chegam a milhões de graus Celsius, mais quente que a superfície.
- Manchas solares: Áreas mais escuras na superfície associadas a intensas atividades magnéticas.
- Campo magnético: Representado em um magnetograma, que revela a concentração do campo em torno das manchas solares.
Os registros permitem estudar o comportamento do plasma e do campo magnético solar. A coroa, apesar de estar mais distante do núcleo, é muito mais quente, um mistério que cientistas buscam compreender.
A Solar Orbiter também investiga os ventos solares, que influenciam diretamente o clima espacial. Essas partículas carregadas podem causar tempestades geomagnéticas capazes de impactar redes elétricas, sistemas GPS e comunicações via satélite.
Fenômenos do Sol e suas implicações
Além de gerar a aurora boreal, a atividade solar tem efeitos no espaço próximo à Terra. O comportamento das partículas e do campo magnético influencia tanto a formação de regiões ativas quanto a evolução das tempestades solares.
“Ao entender como o Sol gera e controla sua heliosfera, podemos prever melhor os eventos climáticos espaciais que afetam nossas tecnologias e redes de comunicação”, explica Miho Janvier, especialista em física solar da ESA.
Avanços para a ciência
A sonda utiliza instrumentos avançados, como o SPICE, que atua como um “tomógrafo” do Sol, medindo a densidade de partículas e os ventos solares. Esses dados são fundamentais para prever os impactos da atividade solar na Terra.
Os resultados obtidos até agora revelam uma estrela dinâmica, em constante transformação, com fenômenos que ainda desafiam o entendimento científico.
Com essas novas imagens, a Solar Orbiter reforça seu papel como peça-chave para desvendar os mistérios do Sol e seu impacto no sistema solar.