Ibovespa superou pela primeira vez os 150 mil pontos nesta segunda-feira (3), encerrando o pregão em alta de 0,61%, aos 150.454 pontos. O dólar comercial caiu 0,42% e fechou a R$ 5,35, e o resultado marcou o sexto recorde consecutivo da bolsa brasileira, impulsionado por expectativas favoráveis no mercado interno e pela entrada de capital estrangeiro.
A atenção dos investidores agora se volta para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece na quarta-feira (5). O encontro deve definir os próximos passos da taxa básica de juros, a Selic. A expectativa é de manutenção do índice, mas com sinalização sobre o rumo da política monetária até o fim do ano.
Avanço impulsionado por otimismo interno
O clima no mercado foi de confiança. O Boletim Focus divulgado nesta manhã reduziu pela sexta vez seguida a projeção de inflação, agora em 4,55%. A melhora nas expectativas fiscais e o controle dos preços sustentaram o apetite por risco.
Segundo analistas ouvidos pelo g1, o fluxo internacional também teve papel importante. “O investidor estrangeiro voltou com força. O Brasil está entregando estabilidade, e isso atrai recursos”, avaliou um economista.
Bom desempenho das ações do setor financeiro e das exportadoras, favorecidas pela alta das commodities, contribuiu para o avanço do índice. A melhora dos dados de emprego e renda também reforçou a confiança de que a economia segue em recuperação.
Incertezas externas e ajustes de mercado
Nos Estados Unidos, o impasse político em torno do orçamento continua a pressionar o mercado. A paralisação parcial do governo, que já dura mais de um mês, impediu a divulgação de indicadores importantes, como o relatório de emprego (payroll) e o índice de preços ao consumidor (CPI).
Com a falta de dados oficiais, investidores recorreram a pesquisas privadas, como o índice PMI da indústria, que mostrou leve recuperação. Parte do mercado ainda aposta que o Federal Reserve poderá cortar os juros em dezembro, caso a desaceleração da economia americana se confirme.
Com o fim do horário de verão nos EUA, a B3 ajustou seu expediente. O pregão da bolsa brasileira agora funciona das 11h30 às 18h. Os mercados de câmbio e juros, no entanto, seguem com horário normal.
Para analistas, o marco histórico da bolsa reflete um momento de euforia moderada. “O otimismo é real, mas há riscos. Tudo depende da mensagem que o Copom trará sobre os juros e da estabilidade fiscal do país”, destacou outro economista.
O recorde de 150 mil pontos consolida o bom momento da B3 e reforça o otimismo com o desempenho da economia brasileira neste fim de ano.
