Hytalo Santos é investigado por festas com menores e gravações de conteúdo sensual

O influenciador digital Hytalo Santos é alvo de investigação do Ministério Público da Paraíba (MPPB). A apuração começou após denúncias de vizinhos sobre festas com bebidas alcoólicas e cenas de topless envolvendo crianças e adolescentes. Segundo a promotora Ana Maria França, o inquérito foi instaurado após reclamações de moradores do condomínio onde ele vive.

As denúncias indicam que, durante as festas, havia produção de conteúdos com conotação sensual. As gravações, segundo o MPPB, se estendiam até tarde da noite e envolviam barulho e consumo de álcool por menores.

Decisão judicial e novas investigações

A Justiça acatou pedido do MPPB para suspender todos os perfis de Hytalo nas redes sociais. Também proibiu qualquer contato com os adolescentes que moravam com ele. A decisão inclui a interrupção da monetização dos vídeos, impedindo que o influenciador receba recursos financeiros pelo conteúdo. A defesa ainda pode recorrer.

Promotores investigam também a possível omissão dos pais dos menores. Há, ainda, um inquérito policial para apurar responsabilidades na esfera criminal.

A decisão judicial determinou a suspensão da empresa de rifas e sorteios “Fartura Premiações”, divulgada pelo canal de Hytalo. O Ministério Público deu prazo de 48 horas para que a Lotep, Loteria do Estado, revogue a autorização da atividade.

Caso ganhou repercussão com vídeo de Felca

A polêmica se intensificou após o youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, publicar um vídeo no dia 6 de agosto denunciando a exploração de menores. O conteúdo, que já soma mais de 28 milhões de visualizações, relaciona o caso de Hytalo a temas como adultização de crianças, influência dos algoritmos e vulnerabilidade frente a crimes de pedofilia.

Felca entrevistou uma psicóloga, que explicou os danos psicológicos que esse tipo de exposição pode causar. O vídeo recebeu grande repercussão e elogios pela abordagem crítica.

Histórico das investigações

Desde 2024, o MPPB mantém duas frentes de apuração contra Hytalo Santos. As investigações são conduzidas pelas promotorias de João Pessoa e Bayeux. O objetivo é avaliar se o conteúdo publicado configura exploração sexual e viola o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Hytalo ficou conhecido por vídeos com crianças e adolescentes, a quem chama de “crias”. Nessas produções, aparecem danças, conversas sobre relacionamentos e interações frequentes.

Em sua defesa, o influenciador afirma que as mães sempre acompanharam a convivência e que parte das adolescentes citadas já é emancipada. Ele reforça que “tudo tem o consentimento das mães e das meninas emancipadas”.