O presidente do Centro Cultural Palácio dos Bonecos Gigantes de Olinda, Ronald José Salvador Montenegro, de 55 anos, morreu na segunda-feira (1º) depois que uma barra de supino caiu sobre o tórax durante um treino. O acidente ocorreu na RW Academia, em Olinda, e foi registrado por uma câmera de segurança. A gravação mostra Ronald deitado no banco de supino quando a barra escapa de suas mãos e atinge o peito.
Segundo especialistas, exercícios com barra livre exigem atenção constante. Além disso, uma pegada inadequada aumenta o risco de queda, sobretudo quando o polegar não envolve a barra. Esse padrão é conhecido como “pegada suicida”. Ainda assim, o Conselho Regional de Educação Física afirma que não é possível atribuir oficialmente o acidente a esse fator, embora os riscos sejam maiores.
Impacto no tórax e atendimento após o acidente
O cirurgião torácico Rafael Tavares explicou que o impacto atingiu uma área sensível do corpo e pode ter provocado lesões graves em estruturas cardíacas e vasculares. Conforme relatos da família, Ronald chegou à academia pouco antes das 20h. Minutos depois, a equipe acionou o socorro. Ele foi levado à UPA de Rio Doce, porém não resistiu aos ferimentos.
A Polícia Civil registrou o caso como morte acidental. O laudo ainda não foi concluído. Até a última atualização, não havia informação sobre depoimentos prestados.
A academia afirmou que prestou atendimento imediato e que mantém treinamentos regulares de primeiros socorros. A empresa disse ainda que o local possui registro no Conselho de Educação Física e que há profissionais formados para atender os alunos em todos os horários.
Trajetória da vítima e repercussão em Olinda
Ronald era conhecido por sua atuação na cultura popular de Olinda. Ele presidia o Centro Cultural Palácio dos Bonecos Gigantes e participou da preservação da tradição dos bonecos que desfilam no carnaval da cidade. Além disso, era apaixonado por frevo e pelas manifestações culturais da região.
O carnavalesco deixa dois filhos, de 25 e 18 anos. A família contou que ele frequentava academias havia mais de três décadas e nunca havia sofrido um acidente durante os treinos. Instituições culturais de Olinda divulgaram notas de pesar e destacaram sua dedicação às tradições locais.