O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 7, estar otimista nas negociações com os Estados Unidos sobre o tarifaço. Segundo ele, isso vale independentemente de quem for o interlocutor escolhido pelo presidente americano, Donald Trump.
A declaração ocorreu um dia após a conversa por telefone entre Lula e Trump. O diálogo durou cerca de 30 minutos e contou com a presença de Geraldo Alckmin, Celso Amorim e dos ministros Mauro Vieira, Sidônio Palmeira e do próprio Haddad.
Relações bilaterais e o impacto do tarifaço
Trump escolheu o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para conduzir as conversas com o Brasil. O político é conhecido por sua postura conservadora e por liderar sanções contra autoridades brasileiras. Mesmo assim, Haddad acredita que a diplomacia do país está preparada para lidar com o cenário.
“Independentemente de quem seja designado, a diplomacia brasileira, com os argumentos que tem, vai saber superar esse momento. Os fatos são muito favoráveis à parceria, inclusive nas vantagens que os EUA têm ao manter relações com o Brasil”, afirmou o ministro em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da EBC.
A conversa entre Lula e Trump ocorre em meio a um impasse comercial. O governo dos Estados Unidos impôs uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo a Casa Branca, a medida é uma resposta a práticas comerciais consideradas desleais.
Haddad avalia que as consequências do tarifaço atingem também os consumidores americanos. Ele destacou que o aumento no preço de produtos brasileiros, como café e carne, já é sentido no país.
“Eles estão com o café da manhã mais caro, o café mais caro, a carne mais cara. As medidas prejudicaram mais do que favoreceram os EUA”, disse.
O ministro demonstrou confiança no avanço do diálogo. “A aproximação entre Lula e Trump vai reduzir a tensão e abrir espaço para uma conversa franca. Foi uma largada equivocada, mas será superada”, declarou.
Haddad reforçou que o governo não pretende mudar sua estratégia, que considera eficaz. “Estamos tão confiantes nos nossos argumentos que entendemos que eles vão se fazer valer pela diplomacia brasileira, que é das melhores do mundo”, concluiu.
Marco Rubio, nomeado por Trump, é filho de imigrantes cubanos e nasceu em Miami, em 1971. Em novembro do ano passado, ele se tornou o primeiro latino-americano a ocupar o cargo de Secretário de Estado na história dos Estados Unidos.