Haddad apresenta a Lula plano para substituir aumento do IOF e evitar derrota no Congresso

Em meio à pressão do Congresso e à resistência do mercado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve entregar nesta terça-feira, 3, ao presidente Lula um novo pacote econômico. A proposta tem como objetivo substituir o aumento do IOF e evitar que o decreto presidencial seja derrubado. Para Haddad, a nova estratégia oferece “estabilidade duradoura para as contas públicas”.

Medida tenta conter desgaste político de Haddad e garantir meta fiscal de 2025

Nas últimas semanas, a equipe econômica trabalhou para formular uma alternativa à alta do Imposto sobre Operações Financeiras. Essa elevação foi anunciada para reforçar a arrecadação e cumprir a meta fiscal de 2025. No entanto, a reação negativa do mercado e do Congresso forçou uma reavaliação.

Haddad esclareceu que o novo pacote não inclui a proposta do Ministério de Minas e Energia, que previa a ampliação dos leilões de petróleo. Embora a ideia pudesse gerar até R$ 35 bilhões até 2026, uma parte desse valor já está prevista na arrecadação deste ano. Mesmo assim, o ministro afirmou que outras medidas são indispensáveis para alcançar o centro da meta.

Além disso, ele lembrou que o Congresso exigiu reformas estruturais, e não apenas ações pontuais. “Organizamos as propostas com base nesse pedido. O plano é técnico, sólido e politicamente viável”, declarou.

Na noite de segunda-feira, 2, Haddad se reuniu com os presidentes da Câmara e do Senado para apresentar o esboço das medidas. Também participaram da reunião os ministros Gleisi Hoffmann e Alexandre Padilha, além dos líderes do governo nas duas Casas. O encontro durou até depois da meia-noite. Nenhum deles falou com a imprensa ao sair.

Apesar das especulações, o ministro não confirmou se o pacote incluirá mudanças nos pisos de saúde e educação ou na política de valorização do salário mínimo. Esses pontos ainda geram debate dentro do próprio governo.

Por fim, Haddad sinalizou confiança. Segundo ele, o apoio das lideranças do Congresso dá força à proposta. “Agora o Parlamento tem uma chance real de avançar nas reformas que todos reconhecem como urgentes.”