O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acredita que a desistência de Joe Biden na disputa à Casa Branca pode alterar significativamente a narrativa política nos Estados Unidos, até então favorável a Donald Trump. Assessores do Planalto esperam que a troca de candidato pelos democratas fortaleça a campanha do partido, tornando-a mais competitiva até a convenção. Kamala Harris, atual vice-presidente, recebeu o apoio de Biden e é a favorita para enfrentar Trump.
Impactos e relações bilaterais
A possibilidade de vitória de Trump gera apreensão no governo brasileiro, não apenas pela divergência ideológica com Lula, mas também pela proximidade do ex-presidente Jair Bolsonaro com o trumpismo. Assessores de Lula avaliam que Biden perdeu força após um debate com Trump, onde aparentou fragilidade, fortalecendo a percepção de que está envelhecido para um segundo mandato.
A substituição de Biden cria uma nova dinâmica na campanha democrata, reposicionando o partido no centro das atenções. Embora Kamala Harris enfrente desafios de popularidade, conselheiros de Lula destacam que qualquer avaliação é prematura devido à polarização extrema nos EUA. Eles lembram que a definição do candidato democrata ainda não está clara, podendo surgir disputas internas na convenção.
Estratégia do Planalto
Lula não se pronunciou oficialmente sobre a desistência de Biden, mas deve ser aconselhado a elogiar a carreira do presidente americano e seu histórico de serviço público, evitando comentários sobre o futuro da eleição para não interferir no processo eleitoral dos EUA. A equipe econômica do governo teme que um eventual conflito ideológico com Trump possa prejudicar as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, afetando a bolsa de valores e o câmbio.
Apesar das possíveis dificuldades, assessores lembram que Lula manteve uma relação pragmática com o republicano George W. Bush durante suas gestões anteriores, e adotar uma postura similar com Trump não está descartado. Lula já expressou publicamente sua simpatia por Biden e a importância de uma liderança americana que respeite a democracia, criticando Trump por suas ações antidemocráticas.
Lula destaca a importância de uma liderança americana comprometida com a democracia e manifesta seu apoio a Biden. No entanto, o presidente brasileiro está preparado para adotar uma postura pragmática em relação a qualquer resultado das eleições nos Estados Unidos, visando manter relações bilaterais estáveis e benéficas para o Brasil.