O cerco aos cigarros eletrônicos apertou. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça, deu prazo de 48 horas para que gigantes digitais como Instagram, YouTube, TikTok, Mercado Livre e Enjoei retirem do ar anúncios e postagens que promovam ou comercializem os chamados “vapes” — dispositivos cuja venda é proibida no Brasil.
A notificação, enviada oficialmente nesta terça-feira, 29, ocorre após um levantamento do Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP) identificar 1.822 páginas ou anúncios ativos promovendo produtos derivados do tabaco. Só no Instagram, foram mais de 1.600 registros.
YouTube e Mercado Livre também aparecem com centenas de conteúdos ilegais, muitos deles divulgados por influenciadores com audiência superior a 1 milhão de seguidores.
De acordo com o governo, as plataformas não devem apenas excluir os materiais já identificados, mas também adotar medidas eficazes para impedir que novas publicações com o mesmo teor voltem a circular. Caso não cumpram a determinação, as empresas poderão responder a processos administrativos e sofrer penalidades, incluindo multas.
Apesar da proibição em vigor desde 2009 pela Anvisa, o comércio de cigarros eletrônicos cresceu nos últimos anos, tanto no varejo físico quanto digital. Em 2024, a agência reguladora reafirmou a proibição após nova análise técnica. Ainda assim, a circulação dos produtos segue alta.
Especialistas alertam para os riscos: o uso de vapes pode provocar doenças respiratórias graves, aumentar a chance de câncer e comprometer o sistema cardiovascular. Além disso, o avanço desses dispositivos ameaça as conquistas das políticas nacionais de controle do tabagismo.