Governo cobra nova fonte de receita após impasse no IOF e alerta para corte de gastos em julho

Diante do impasse com o Congresso sobre o aumento do IOF, o governo federal já admite negociar uma alternativa. No entanto, reforça que precisa de uma nova fonte de arrecadação no curto prazo para evitar cortes expressivos no orçamento ainda neste mês.

A equipe econômica tem alertado que, sem a reoneração via IOF, será necessário bloquear mais de R$ 10 bilhões já no relatório bimestral de receitas referente a maio e junho. O ajuste atingiria não apenas programas sociais e investimentos, mas também as emendas parlamentares — o que tende a aumentar a tensão com o Legislativo.

Apesar da urgência, até esta segunda-feira, 7, o presidente Lula ainda não havia feito contato direto com os presidentes das duas casas: Davi Alcolumbre, no Senado, e Hugo Motta, na Câmara. Ambos, segundo interlocutores, aguardam a iniciativa do Planalto para dar início às conversas.

Na tentativa de mediar o impasse, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, marcou uma audiência de conciliação para 15 de julho. A intenção é que Executivo e Legislativo entrem em acordo sobre a forma legal de tratar do tributo.

O ministro suspendeu tanto o decreto presidencial que elevava o IOF quanto a decisão do Congresso que o derrubava. No despacho, Moraes reconheceu que a edição de decretos sobre o imposto é prerrogativa do Executivo, mas demonstrou dúvidas sobre o objetivo da medida — se arrecadatório ou meramente regulatório.

No momento, não há reunião marcada entre as partes para discutir um novo consenso. Enquanto isso, o tempo corre contra o governo, que tenta evitar o desgaste político de anunciar cortes às vésperas do recesso parlamentar.