O governo federal realizou, nesta segunda-feira, um evento simbólico em memória aos dois anos dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. A cerimônia marcou a reintegração de 21 obras de arte ao acervo da Presidência da República, restauradas após terem sido vandalizadas durante a invasão ao Palácio do Planalto.
Entre as peças recuperadas estão o relógio de pêndulo do século XVII, um presente da corte francesa a Dom João VI, restaurado em parceria com a Suíça, e o quadro “As Mulatas”, de Emiliano Di Cavalcanti. A restauração das demais obras foi conduzida em um laboratório no Palácio da Alvorada, fruto de um acordo entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Leandro Grass, presidente do Iphan, destacou o investimento de R$ 2 milhões no processo de restauração, que incluiu ações de educação patrimonial para alunos da rede pública e a publicação de um livro sobre a recuperação das peças.
Durante o evento, a primeira-dama, Janja, discursou sobre a importância de preservar a democracia e a cultura. Ela enfatizou a necessidade de combater o ódio e valorizar a solidariedade e a diversidade como pilares democráticos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também participou da cerimônia, reforçando o compromisso do governo em transformar a data em um marco pela defesa da democracia.
Um ato de cooperação internacional
O restauro do relógio histórico contou com a colaboração da relojoaria suíça Audemars Piguet, que forneceu mão de obra especializada e materiais. Segundo o embaixador da Suíça no Brasil, Pietro Lazzeri, a recuperação da peça é um exemplo de amizade e cooperação entre os dois países.
Após a reintegração das obras, Lula, representantes do Congresso e do Judiciário, além de movimentos sociais, participaram de um “abraço pela democracia” na Praça dos Três Poderes. O gesto simbólico buscou reafirmar o compromisso com os valores democráticos e a união nacional.
O governo federal planeja transformar a data em um símbolo permanente de defesa das instituições e dos direitos democráticos, ressaltando os desafios enfrentados para impedir tentativas de golpes contra a República.