Governador do Tocantins é alvo de operação da PF por suposto desvio de verbas em cestas básicas na pandemia

O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), está sob investigação da Polícia Federal em uma operação autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A operação apura um esquema de desvio de recursos públicos por meio da distribuição de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19. Imagens mostram o governador entregando pessoalmente as cestas, que teriam sido usadas no esquema investigado.

Operação Fames-19 e investigação

De acordo com a Polícia Federal, há fortes indícios de um esquema que teria ocorrido entre 2020 e 2021. O suposto desvio foi facilitado pelo estado de emergência em saúde pública e assistência social, permitindo a contratação de empresas previamente selecionadas para o fornecimento das cestas básicas. As investigações indicam que as empresas envolvidas receberam integralmente os pagamentos, mas não entregaram todos os produtos contratados.

A operação, batizada de Fames-19, em referência à insegurança alimentar gerada pela pandemia, envolveu mandados de busca e apreensão na residência e no gabinete do governador, além de outros políticos e empresários. Durante as buscas, a polícia apreendeu R$ 67,7 mil em espécie, dólares e euros, além de diversos boletos de contas pagas em lotéricas.

Defesas e reações

Wanderlei Barbosa, que na época dos fatos investigados era vice-governador, nega qualquer envolvimento e afirma que não ordenou despesas relacionadas ao programa de cestas básicas. Ele atribui sua inclusão na investigação a um consórcio informal entre amigos, onde teria recebido R$ 5 mil de uma pessoa investigada. O governador expressou confiança na Justiça e declarou estar à disposição para colaborar com as investigações.

O governo do Tocantins, por sua vez, declarou que está cooperando com a Polícia Federal e deseja que os fatos sejam esclarecidos rapidamente. Outros envolvidos na operação, como o deputado estadual Léo Barbosa e a primeira-dama Karynne Sotero, também negaram envolvimento no esquema e afirmaram confiar na Justiça para provar sua inocência.