A dor da despedida tomou conta das redes sociais nesta quinta-feira, 24, quando Gilberto Gil quebrou o silêncio e prestou homenagem pública à filha, Preta Gil, que morreu no último domingo, 20, em Nova York, por complicações de um câncer no intestino. Em uma publicação comovente, o cantor compartilhou um vídeo de uma apresentação da filha e lembrou com carinho o momento em que a incentivou a cantar suas músicas.
“Sempre tive orgulho de você, filha, e vou ter pra sempre”, escreveu Gil.
Preta enfrentava a doença com coragem e estava em tratamento experimental nos Estados Unidos. Hospedada em Nova York, viajava regularmente para Washington, onde recebia atendimento em um centro médico especializado. Sua morte gerou forte comoção entre artistas, fãs e políticos.
A última apresentação pública da cantora foi justamente ao lado do pai, no show da turnê “Tempo Rei”, em 26 de abril, em São Paulo. A apresentação marcava a despedida de Gilberto Gil dos palcos.
Velório será aberto ao público no Theatro Municipal do Rio
A despedida de Preta Gil acontecerá nesta sexta-feira (25), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. De acordo com a prefeitura, haverá interdições em diversas ruas do entorno para acomodar os fãs. O cortejo passará pelo tradicional circuito de megablocos do Carnaval carioca, o mesmo que ganhou o nome da artista. Preta era uma entusiasta do carnaval de rua no Rio e ficou marcada por comandar o famoso “Bloco da Preta”.
Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, Preta trilhou uma carreira multifacetada. Começou como produtora e publicitária, mas aos 29 anos decidiu se lançar como cantora. Seu primeiro álbum, “Prêt-à-Porter”, trazia o hit “Sinais de Fogo” e causou impacto ao estampar a artista nua na capa. Em 2005, lançou “Preta”, com as faixas “Muito Perigoso” e “Eu e você, você e eu”.
Seu terceiro disco, “Noite Preta”, impulsionou a turnê homônima que percorreu o Brasil durante sete anos. Mais tarde, Preta criou o “Baile da Preta”, show que misturava MPB com forró e axé, refletindo seu gosto eclético e personalidade vibrante. Em 2010, também se aventurou na TV com o programa “Vai e vem”, que abordava temas como sexo com leveza, humor e inteligência.
Além da carreira musical, Preta foi símbolo de irreverência e resistência. Com seu bloco, arrastou multidões no Carnaval carioca, reunindo mais de 500 mil foliões em 2017 numa homenagem a Chacrinha. A artista deixa um legado de autenticidade, força e amor pela música brasileira.