Gerentes de banco são presos em Minas por esquema milionário de fraudes em empréstimos

Uma investigação da Polícia Civil de Minas Gerais levou à prisão de 15 pessoas envolvidas em um esquema de fraudes bancárias que movimentou mais de R$ 20 milhões. Entre os detidos estão quatro gerentes e dois ex-gerentes de banco, acusados de participar ativamente do golpe que usava documentos falsificados para liberar empréstimos em nome de terceiros.

De acordo com os investigadores, os gerentes atuavam diretamente na identificação de clientes com bom histórico financeiro. Com os dados em mãos, os golpistas produziam documentos falsos, muitas vezes usando fotos de pessoas recrutadas para se passar pelas vítimas. As contas eram abertas com aval dos próprios funcionários do banco, e os empréstimos, liberados rapidamente. O valor era sacado e dividido entre os integrantes da quadrilha.

Fraude organizada com prejuízo bilionário

Segundo a Polícia Civil, pelo menos 100 pessoas tiveram seus dados usados de forma indevida. Embora as vítimas não tenham sido diretamente lesadas financeiramente, sofreram com negativação do nome e abalo psicológico, como destacou o delegado Rafael Gomes:

“Elas não sofreram o prejuízo econômico do empréstimo em si. Mas há um desgaste emocional enorme. A pessoa se vê com o nome sujo, sem conseguir comprar nada. Isso afeta a vida e a saúde mental da vítima.”

A quadrilha operava com estrutura. Um dos gerentes presos confessou que abriu 40 contas falsas em apenas quatro meses, recebendo 10% de comissão sobre cada uma. Com base nas provas reunidas, a Justiça determinou o bloqueio de 97 contas bancárias, pertencentes a pessoas físicas e jurídicas.

Material apreendido e resposta dos bancos

Durante a operação, os agentes apreenderam documentos, computadores e celulares em endereços na capital e em cidades do interior mineiro.

Os bancos envolvidos se manifestaram por meio de nota. O Banco do Brasil disse que colaborou com as investigações. O Santander afirmou que possui sistemas eficazes de controle interno e que os clientes não foram prejudicados. Já o Itaú declarou que repudia qualquer conduta antiética e está à disposição das autoridades. A Federação Brasileira de Bancos também se posicionou contra qualquer prática criminosa e destacou a parceria com as forças policiais.