Exportações de frango recuam em 2025, mas ovos viram destaque no mercado

As exportações brasileiras de frango devem fechar 2025 em queda. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) prevê recuo de até 2% em relação a 2024, resultado direto dos embargos adotados por grandes compradores. Ao mesmo tempo, o setor de ovos vive uma alta histórica, impulsionado pela forte demanda internacional.

Frango em baixa, ovos em alta

O registro de gripe aviária em uma granja do Rio Grande do Sul, em maio, levou China e União Europeia a suspenderem compras. O Brasil declarou-se livre da doença em junho, contudo os bloqueios seguem em vigor. Entre janeiro e julho, as vendas de frango para a China caíram mais de 30%. Ainda assim, a produção nacional deve crescer até 3% neste ano, sustentada pelo consumo interno.

Já o mercado de ovos mostra cenário oposto. Em 2025, as exportações devem avançar 116,6% em relação ao ano passado. O destaque fica por conta dos Estados Unidos, que enfrentam queda drástica na produção doméstica devido à gripe aviária. De janeiro a julho, os embarques para os americanos aumentaram mais de 1.400%, alcançando quase 19 mil toneladas e gerando receita de US$ 41 milhões.

Segundo o presidente da ABPA, Ricardo Santin, esse avanço ocorreu antes do tarifaço de 50% imposto por Donald Trump. Para ele, mesmo com a medida, os americanos não conseguirão substituir o produto brasileiro. A previsão para 2026 é de crescimento mais moderado, mas ainda positivo, em torno de 12,5%.

Assim, enquanto o frango enfrenta restrições externas, os ovos consolidam o Brasil como fornecedor essencial no mercado internacional.